UE reforça necessidade de um novo equilíbrio nas relações com a China
Ursula von der Leyen, em Estrasburgo, apela a um relacionamento baseado em "previsibilidade e confiança" para enfrentar desafios de segurança com Pequim.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinhou a importância de reequilibrar as relações da União Europeia (UE) com a China, durante um debate no Parlamento Europeu em Estrasburgo, França. Ela enfatizou que a colaboração futura deve ser pautada por "previsibilidade e confiança" para salvaguardar a segurança e a competitividade do bloco europeu.
Anticipando a cimeira entre a UE e a China, Von der Leyen destacou a transformação da China nas últimas cinco décadas, passando de uma nação agrícola a uma potência industrial e um dos maiores actores globais.
Na semana anterior, a presidente encontrou-se em Bruxelas com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, onde discutiram as limitações no acesso ao vasto mercado chinês, que movimenta cerca de dois mil milhões de euros diariamente.
Von der Leyen reconheceu o sucesso da China em retirar milhões da pobreza, mas alertou para os "riscos reais" que o país representa no contexto geopolítico, considerando-os "estratégicos e sistémicos" e prejudiciais à segurança dos 27 Estados-membros da UE.
A líder da Comissão Europeia criticou as diferenças entre os sistemas económico e político da China e os métodos utilizados para competir à margem das regras estabelecidas, como os subsídios que favorecem as suas indústrias e dificultam a concorrência.
Defendendo uma "condenação inequívoca" da invasão russa à Ucrânia, a presidente reiterou que a China deve respeitar a soberania dos países e conter qualquer "operações de influência". Destacou que a relação deve ser reequilibrada, mas que existem inúmeras oportunidades para uma colaboração frutífera, se houver um compromisso por parte da China em operar com previsibilidade e confiança.