Economia

Von der Leyen estabelece prazo para acordo com EUA e prepara resposta a desacordos

A presidente da Comissão Europeia manifestou expectativa por um entendimento com Washington até 9 de julho, enquanto garante que a UE tem alternativas para um eventual impasse nas negociações.

03/07/2025 15:05
Von der Leyen estabelece prazo para acordo com EUA e prepara resposta a desacordos

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou a sua esperança de que se consiga um acordo de princípio com os Estados Unidos até ao dia 9 de julho. Este entendimento visa evitar a imposição de tarifas adicionais sobre produtos europeus, em meio a um contexto de comércio complexo que envolve 1,5 biliões de euros entre as duas regiões.

Durante uma conferência de imprensa em Arhus, Dinamarca, Von der Leyen destacou a complexidade do desafio, afirmando que devido ao enorme volume de comércio, um acordo detalhado em 90 dias seria inviável. "O que queremos é um acordo de princípio, pois os detalhes poderão ser abordados posteriormente", disse.

A data de 9 de julho foi informada pelos EUA como prazo para finalizar as negociações e evitar tarifas que podem atingir até 20% sobre produtos europeus. A negociação está em curso, com o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, a reunir-se com parceiros em Washington.

Von der Leyen fez questão de sublinhar que, apesar de ser otimista quanto a um acordo, a Comissão Europeia está devidamente preparada para o caso de um eventual desacordo, dispondo de uma lista de produtos norte-americanos que poderiam ser alvo de tarifas. “Estamos prontos para defender os interesses da Europa, utilizando todos os instrumentos disponíveis”, afirmou.

Com as tensões comerciais a aumentarem, em parte devido a tarifas anunciadas anteriormente, a Comissão Europeia, apoiada por países como Portugal, mantém uma abordagem cautelosa na procura de negociações favoráveis. Bruxelas já propôs a eliminação de tarifas sobre bens industriais nas trocas comerciais.

Atualmente, 70% das exportações da União Europeia para os EUA, que totalizam 379 mil milhões de euros, estão sujeitas a novas tarifas desde a tomada de posse da administração Biden. Este cenário representa um aumento significativo nas taxas aduaneiras em comparação com a década de 1930.

Com a Dinamarca a assumir a presidência rotativa do Conselho da UE, o país tem a ambição de promover uma União Europeia mais autônoma e sustentável até ao final do ano, enquanto busca reforçar acordos comerciais com outros blocos, incluindo Mercosul, México e Índia.

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