Alta comissário da ONU clama por investigação imediata após violentos confrontos na Síria

O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, manifestou hoje a urgência de uma investigação rápida e independente sobre os violentos confrontos no sul da Síria, que resultaram em quase 600 mortos em poucos dias.

Türk enfatizou que "este derramamento de sangue e a violência têm de terminar, com a proteção de todos os cidadãos a ser a prioridade máxima". O alto-comissário apelou às autoridades sírias para garantirem investigações transparentes sobre as violações de direitos humanos e para que os responsáveis sejam punidos.

“É imperativo que se ponha fim à incitação à violência e ao discurso de ódio, tanto online como offline”, acrescentou, ao sublinhar que “a vingança e a retaliação não são soluções viáveis”.

Os confrontos em Sweida, entre a comunidade drusa e tribos beduínas sunitas, começaram no último domingo, após décadas de tensão. Embora as forças governamentais tenham enviado reforços para restaurar a ordem, retiraram-se após a declaração de um cessar-fogo.

No entanto, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) e testemunhas locais alegaram que as forças sírias combateram ao lado das tribos, cometendo abusos no processo.

Em resposta à situação, Israel ameaçou intensificar os seus ataques se as forças sírias não se retirassem da província, onde as hostilidades resultaram em quase 600 mortos, conforme relatado pelo Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

A violência já forçou cerca de 2.000 famílias a abandonar as suas casas, com os confrontos entre as tribos beduínas e os combatentes drusos a eclodirem de forma abrupta.

Volker Türk também manifestou preocupação com os relatos de vítimas civis resultantes de ataques aéreos israelitas em Sweida, Daraa e na área central de Damasco. “Ataques como os ocorridos em Damasco apresentam sérios riscos para a população civil e para os bens. Estas agressões precisam de cessar”, concluiu.