António Costa critica a situação em Gaza e pede ação imediata
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, classificou a situação em Gaza como "intolerável" e uniu-se ao apelo da presidente da Comissão Europeia para a proteção dos civis e a entrega de ajuda humanitária.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, expressou hoje a sua indignação face à situação em Gaza, considerando-a "intolerável". A sua declaração acompanhou as mensagens de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que exigiu a Israel que "pare agora" com os ataques.
No mesmo dia em que se reportaram 21 crianças falecidas devido à subnutrição e à fome na região, Costa utilizou a rede social X para enfatizar a urgência da situação. "Os civis de Gaza já sofreram demasiado, durante demasiado tempo. É preciso acabar com isso agora", reiterou, sublinhando que Israel deve cumprir as suas promessas.
Ursula von der Leyen também ressaltou que "os civis não podem ser alvos nunca", chamando a atenção para as imagens "insuportáveis" que chegam do território. Ela fez um apelo à União Europeia para garantir um fluxo humanitário seguro e rápido e para o respeito integral do direito internacional.
A posição de von der Leyen foi criticada devido à sua resposta inicial ao conflito, que muitos consideraram parcial, além do seu silêncio sobre alegadas violações de direitos humanos por parte de Israel. A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, classificou como "indefensáveis" os atos de homicídio cometidos pelo exército israelita contra palestinianos famintos, afirmando que "todas as opções estão em cima da mesa" caso Telavive não cumpra os seus compromissos.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023, mais de 59 mil vidas foram perdidas, e cerca de 470 mil pessoas estão estimadas em risco de fome severa. Nos últimos dias, civis também morreram enquanto esperavam pela ajuda humanitária.
A situação de conflito já dura 21 meses, e o Qatar, os Estados Unidos e o Egito continuam a trabalhar em negociações difíceis para alcançar um cessar-fogo. Recentemente, a UE concordou com Israel para aumentar o apoio humanitário à Faixa de Gaza através do alargamento dos pontos de passagem e do envio de reforços alimentares.
Durante a cimeira europeia de junho passado, os líderes da UE já tinham lamentado a gravíssima situação humanitária em Gaza, denunciando o elevado número de vítimas civis e a escassez de alimentos causadas pelo bloqueio. O Conselho Europeu também tomou conhecimento das violações de direitos humanos relatadas no âmbito do acordo de associação com Israel, prometendo discutir medidas apropriadas.
Em declarações à Lusa, António Costa assegurou que a UE possui várias opções para agir em resposta às violações dos direitos humanos em Gaza.