Ataque a Sede da Comissão dos Direitos Humanos do Quénia durante Conferência
Durante uma conferência sobre direitos humanos, um grupo armado invadiu a sede da comissão no Quénia, subordinando manifestantes a ameaças e agressões, enquanto o país se prepara para o 'Dia Saba Saba'.
Hoje, a sede da Comissão dos Direitos Humanos do Quénia foi alvo de um ataque por um grupo armado durante uma conferência de imprensa que apelava ao fim da violência estatal. Segundo a agência France-Presse (AFP), o grupo forçou a entrada nas instalações em Nairobi, onde estava prevista uma discussão sobre os direitos civis.
Um jornalista da AFP, que estava presente no incidente, afirmou: "A porta estava trancada, mas eles conseguiram entrar à força. Atacaram e roubaram as pessoas, enquanto afirmavam: 'Vocês estão a organizar manifestações aqui'."
Este evento ocorreu na véspera do 'Dia Saba Saba', uma data que lembra os protestos a favor da democracia na década de 1990, e que este ano coincide com manifestações contra a brutalidade policial e a corrupção nas instituições governamentais.
Um grupo de cerca de dez pessoas, algumas equipadas com bastões, interrompeu a conferência pouco antes do início dos discursos. O clima de instabilidade no Quénia agravou-se, especialmente após os tumultos de junho, que resultaram em 19 mortos e violentos atos de pilhagem durante as manifestações.
Cabe destacar que 'capangas' armados, conhecidos em termos populares no Quénia, têm sido enviados para enfrentar os manifestantes. Em 17 de junho, pessoas que protestavam contra a violência policial foram agredidas por um grupo numeroso de homens em motos, munidos de chicotes e bastões.
Os jornalistas da AFP relataram que esses atacantes pareciam atuar sob a proteção das forças policiais, com alguns deles alegando ter sido contratados por figuras do governo local. As manifestações recentes expressam descontentamento face ao crescente custo de vida e a uma elite política manchada por vários escândalos de corrupção.
Na segunda-feira, o Quénia celebra o "Saba Saba" (que significa "sete setes" em suaíli), o sétimo dia do sétimo mês, datado de 1990, quando a oposição se levantou contra o regime autocrático de Daniel arap Moi, que governou o país com mão de ferro.