Lula da Silva questiona aumento dos investimentos em defesa na NATO durante cimeira dos BRICS
O presidente brasileiro, Lula da Silva, expressou críticas ao compromisso da NATO de investir 5% do PIB em defesa, durante a cimeira dos líderes dos BRICS no Rio de Janeiro.

No discurso de abertura da cimeira anual dos BRICS, que decorre no Rio de Janeiro, o presidente do Brasil, Lula da Silva, manifestou a sua desaprovação face à recente decisão dos países membros da NATO de aumentar os seus gastos com a defesa para 5% do PIB.
"Esta escolha da NATO contribui para a intensificação da corrida armamentista", afirmou o chefe de Estado, que lidera a reunião das economias emergentes, sublinhando que é "mais fácil" canalizar 5% do PIB para fins militares do que cumprir a promessa de 0,7% destinada à Assistência Oficial ao Desenvolvimento.
Lula acentuou que tal postura revela que "os recursos para a Agenda 2030 existem, mas não são alocados devido à falta de prioridades políticas." "É sempre mais simples optar pelo investimento em guerras em vez de promover a paz", comentou durante a sessão plenária intitulada "Paz e Segurança, Reforma da Governança Global", que foi a única aberta ao público.
A cimeira dos BRICS acolhe líderes de diversas nações, destacando-se a presença do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e do premiê da Indonésia, Prabowo Subianto. Ausentes estarão os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping, sendo Putin representado pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, e participando da cimeira por videoconferência, enquanto Xi é substituído pelo primeiro-ministro Li Qiang.
Os líderes BRICS discutem temas como a reforma das organizações internacionais, a luta contra a pobreza e a promoção do desenvolvimento sustentável, num grupo que contempla mais de 40% da população mundial e 35% do PIB global. Estão programadas duas sessões plenárias, uma focada na segurança e na reforma governativa e a outra no fortalecimento do multilateralismo e inovação.
As conversas também deverão abordar desafios como o aumento do protecionismo e a necessidade de promover o uso de moedas locais nas transações comerciais entre os países do grupo. No último dia do evento, uma sessão será dedicada ao meio ambiente e à saúde global.
Originalmente composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o BRICS cresceu para incluir seis novos membros: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia, além de vários membros associados provenientes de diversas regiões do mundo.