Aumento do défice público nos EUA em tempo de receitas em alta
O défice público dos EUA cresceu 6% nos primeiros nove meses do ano fiscal, apesar do aumento significativo nas receitas aduaneiras, conforme revelado pelo Departamento do Tesouro.

Entre outubro e junho, o défice público dos Estados Unidos subiu para 1,4 biliões de dólares, um incremento de 64 mil milhões de dólares face ao ano anterior, como evidenciam os relatórios do Departamento do Tesouro. Este aumento, de 6%, ocorre embora as receitas provenientes de tarifas tenham registado um crescimento considerável.
A escalada das despesas, particularmente relacionadas com os programas de saúde, como Medicare e Medicaid, destinados a reformados e cidadãos com baixos rendimentos, é uma das principais razões para o aumento do défice, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Outro fator a considerar é o encarecimento do serviço da dívida, com o governo a desembolsar uma quantia recorde de mais de 920 mil milhões de dólares em juros. No que diz respeito às receitas, as tarifas aduaneiras aumentaram de 61 mil milhões de dólares no ano anterior para 113 mil milhões de dólares nos três primeiros trimestres do atual ano fiscal.
Esse crescimento considera-se originado pelo aumento das taxas alfandegárias, que se elevaram de uma taxa média efetiva de 2,5% no final de 2024 para 17,6% a partir de 1 de julho de 2025, de acordo com os dados do Laboratório de Orçamento da Universidade de Yale.
Durante uma reunião de gabinete, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, previu que essas taxas alfandegárias poderiam render mais 300 mil milhões de dólares até ao final do ano. Apesar disso, a receita federal global dos EUA cresceu 7%, impulsionada pela melhoria das receitas fiscais, facilitada por um aumento do emprego e dos salários.
Entretanto, os impostos sobre as empresas sofreram uma queda, à medida que as empresas optaram por aguardar as condições definidas pela nova legislação financeira aprovada pelo Congresso no início de julho.