BE critica Governo por atraso no reconhecimento da Palestina
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, afirmou que o reconhecimento da Palestina pelo Governo chega tarde e é motivado pela pressão internacional, solicitando sanções contra Israel.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, manifestou hoje a sua crítica ao Governo português, afirmando que o reconhecimento do Estado da Palestina chega "tarde" e resulta da "mudança dos ventos" em relação à postura de outros países. Mortágua sublinhou que é uma obrigação do Estado português em conformidade com o direito internacional e uma questão de justiça.
Em declarações à agência Lusa, a deputada destacou que a posição atual, que reconhece dois Estados mas só integra Israel de forma efectiva, é insustentável. "Temos assistido a um genocídio do povo palestiniano e o Governo deve agir imediatamente", enfatizou.
Mortágua sublinhou que, para além do reconhecimento, é crucial implementar sanções contra Israel, que acusa de comportamentos como a "morte à fome de crianças" e de estar a realizar uma limpeza étnica do povo palestiniano, caracterizando-a como genocídio.
A coordenadora do BE defendeu que a mudança na abordagem do Governo se deveam ao aumento da visibilidade das atrocidades em Gaza e ao reconhecimento de outros países ocidentais do Estado palestiniano.
"Lamentamos que as decisões sobre princípios relativamente aos direitos humanos sejam guiadas mais pelos ventos da mudança do que por convicções consistentes", concluiu.
Por outro lado, o primeiro-ministro Luís Montenegro anunciou que irá realizar uma auscultação ao Presidente da República e aos partidos representados na Assembleia, com a intenção de considerar o reconhecimento do Estado da Palestina na 80.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para setembro em Nova Iorque.