BE denuncia situação crítica do país e critica estratégia governamental

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, manifestou que o estado da nação é "o pior possível" e criticou o Governo por se escudar em uma "agenda populista". Em vez de enfrentar os problemas reais do país, como a saúde e a habitação, Mortágua destacou que o executivo tem-se concentrado em questões menores, como a lei da nacionalidade.

"O Governo tem procurado desviar a discussão para se proteger atrás de um único tema, como demonstrado pela lei da nacionalidade, que de nada resolve a crise que enfrentamos", afirmou, defendendo que é crucial que o debate político volte a centrar-se em questões que realmente importam aos cidadãos.

Em declarações à agência Lusa, a deputada mencionou o debate sobre o estado da nação agendado para quinta-feira no parlamento e frisou que é vital impedir que o Governo continue a usar estratégias que desviem a atenção dos problemas do dia-a-dia.

Mortágua expressou a sua preocupação com as recentes revelações de aumento dos preços dos imóveis, a falência do Estado em responder às condições extremas de calor e os sérios problemas que afetam o Serviço Nacional de Saúde, incluindo a incapacidade de prestar atendimento em urgências.

“É inaceitável que uma mulher tenha perdido um filho a caminho de uma urgência devido a complicações causadas pelo sistema ineficaz que o Governo implantou. O INEM até está sem helicópteros para situações de emergência”, lamentou.

A líder do BE criticou ainda o executivo minoritário do PSD/CDS-PP, afirmando que este não tem feito o suficiente para resolver as questões que afetam a sociedade e que, pelo contrário, está a comprometer fundos com despesas militares enquanto falha nas necessidades básicas de emergência.

Durante a conversa, Mortágua reiterou o foco do BE em revitalizar a discussão em torno da saúde, habitação e salários, considerando que estes são tópicos urgentes que impactam diretamente a vida das pessoas.

Ela sublinhou que a oposição no atual cenário político é "mais difícil", mas que isso não significa que não seja necessária. É essencial, segundo ela, que os partidos à esquerda se unam numa coordenação de esforços para mostrar uma verdadeira alternativa ao governo vigente.

Sobre as prioridades do BE após o período de pausa parlamentar, Mariana Mortágua reafirmou a necessidade de abordar a crise de habitação, saúde, serviços públicos e a situação salarial da população, além de evitar que a direita atue como uma cortina de fumo para os problemas reais.

O debate sobre o estado da nação ocorrerá na próxima quinta-feira e contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e da restante equipa governamental.