Economia

BRICS pede reforma "imperativa" do FMI e do Banco Mundial

Na reunião no Rio de Janeiro, ministros das Finanças do BRICS exigem reforma do FMI e incentivos climáticos, sublinhando a necessidade de um modelo de desenvolvimento mais justo.

há 5 horas
BRICS pede reforma "imperativa" do FMI e do Banco Mundial

No decurso da reunião que teve lugar no Rio de Janeiro, os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais dos BRICS emitiram um apelo "imperativo" para a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, enfocando a urgência de avançar no financiamento climático.

Na declaração conjunta, formulada por consenso na véspera da cimeira dos líderes do grupo, os representantes dos 11 países membros destacaram a importância de fomentar a cooperação entre o Sul Global e promover um modelo de desenvolvimento mais equitativo e justo.

Embora os BRICS representem quase metade da população global, 40% do PIB e um quarto do comércio e investimento mundiais, os ministros notaram que "é necessário fazer mais" para assegurar que os frutos da globalização sejam distribuídos de forma mais equilibrada.

Os ministros também chamaram a atenção para os desafios impostos pela crise climática, citando exemplos como as recentes inundações no Texas, que resultaram em aproximadamente trinta falecidos. Neste contexto, apelaram ao setor privado e às economias desenvolvidas para que disponibilizem financiamentos "substanciais" para ações climáticas, especialmente nos países em desenvolvimento. "O financiamento sustentável para iniciativas climáticas é crucial para garantir transições justas", afirmaram.

A urgência de reformar as instituições de Bretton Woods, nomeadamente o FMI e o Banco Mundial, foi um dos temas prioritários discutidos. Os ministros enfatizaram que "a voz e a representação dos países emergentes e em desenvolvimento no FMI e no Banco Mundial devem espelhar o seu crescente peso na economia global".

Além disso, reafirmaram a importância de se estabelecer uma convenção fiscal da ONU, que promovesse um sistema fiscal global mais inclusivo, assegurando que os super-ricos contribuam de forma justa. O objetivo é endereçar as desigualdades fiscais a nível global e facilitar a colaboração entre países para combater a evasão fiscal e os fluxos financeiros ilícitos, promovendo uma distribuição mais equitativa dos recursos.

Os ministros também sublinharam o papel do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS (NDB) na captação de recursos e na promoção de projetos de desenvolvimento sustentável, almejando mitigar as desigualdades.

O grupo BRICS, inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se no último ano para incluir seis novos membros: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia, tendo também anunciado a adesão da Colômbia e do Uzbequistão.

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