Câmara dos Deputados nega tributo a Jair Bolsonaro
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, cancelou homenagem proposta por aliados de Bolsonaro, que enfrenta grave acusação de tentativa de golpe de Estado.

O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Hugo Motta, tomou a decisão de interromper uma sessão destinada a homenagear o ex-presidente Jair Bolsonaro, promovida por parlamentares alinhados à extrema-direita. Esta ação ocorreu durante o recesso parlamentar, que deverá ser retomado no início de agosto, e que contava com a presença de Bolsonaro.
A suspensão do ato foi oficializada no Diário da Câmara dos Deputados ao início da tarde. As reuniões deliberativas convocadas por duas comissões do Partido Liberal, ao qual Bolsonaro se afilia, visavam aprovar moções de apoio ao ex-presidente.
Neste contexto, o ex-mandatário compareceu a uma reunião na Câmara na última segunda-feira, que se transformou num episódio tumultuado. Durante este encontro, Bolsonaro fez um ligeiro discurso e exibiu a pulseira eletrónica que é obrigado a usar em conformidade com uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que o inclui em processos de natureza criminal.
O juiz Alexandre de Moraes, encarregado de dois processos contra Bolsonaro no STF, solicitou esclarecimentos aos advogados sobre a violação de uma ordem que o impede de utilizar as redes sociais de qualquer forma. As imagens da sua presença no Congresso foram retransmitidas por vários apoiantes e parlamentares.
Essas precauções foram estabelecidas na passada sexta-feira, no âmbito das acusações a Bolsonaro, que incluem tentativas de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado de Direito democrático. Além disso, Bolsonaro e o seu filho, Eduardo Bolsonaro, estão a ser investigados por tentarem solicitar aos Estados Unidos sanções contra o Brasil, caso os processos contra o ex-presidente não sejam encerrados.
Eduardo, que se encontra nos EUA desde março, reivindicou ter influenciado uma ameaça do ex-presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil, que poderia resultar em tarifas de 50% a partir de 01 de agosto, na eventualidade de uma amnistia ampla e irrestrita não ser aprovada. O Departamento de Estado dos EUA também suspendeu os vistos de viagem de oito dos onze juízes do STF brasileiro.