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Direção da NPR diz adeus após corte de verbas promovido por Trump

Katherine Maher, diretora da NPR, anuncia saída ao fim do ano, depois de Trump ter retirado apoio financeiro, citando o viés esquerdista da emissora.

22/07/2025 22:40
Direção da NPR diz adeus após corte de verbas promovido por Trump

A diretora executiva da NPR (National Public Radio), Katherine Maher, anunciou hoje que se retirará da estação no final deste ano, após a decisão do governo de Donald Trump de cortar o financiamento, alegando uma inclinação esquerdista na emissora. Em um e-mail aos colaboradores, Maher destacou a "força de carácter inabalável" de Edith Chaplin, que ocupava a posição de diretora de notícias, e compartilhou trechos de uma mensagem onde Chaplin expressou a sua intenção de fazer uma pausa e confiança na integridade da equipa editorial da NPR.

No contexto da administração republicana, o Congresso dos EUA aprovou, na semana passada, a corte de 1,1 mil milhões de dólares em financiamentos previamente atribuídos à Corporation for Public Broadcasting (CPB), que desde 1967, sob a presidência de Lyndon Johnson, apoia parcialmente as estações públicas de rádio, incluindo a NPR, e televisão, como a PBS. Embora algumas estas estações dependam também de receitas provenientes de subscrições e do setor privado, muitas enfrentam uma significativa dependência do financiamento público.

Chaplin havia comunicado a sua decisão de sair da NPR duas semanas antes da votação sobre os cortes no Congresso. Nos últimos meses, a diretora encontrou-se no centro de uma controvérsia interna, após a publicação de um artigo que alegava o viés esquerdista da estação, o que causou uma perda de "confiança" entre alguns meios de comunicação conservadores.

A saída de Chaplin ocorre em um período em que a administração Trump está a implementar cortes substanciais nos financiamentos da radiodifusão pública nos Estados Unidos, afetando também outros veículos como a Voz da América e a Rádio Free Asia. Com 216 votos a favor e 213 contra, a Câmara dos Representantes aprovou a proposta do Presidente, que foi apoiada pelas maiorias republicanas, exceto por dois membros.

No dia anterior, o Senado também havia dado o seu aval, acabando por resultar em cortes verbais significativos para agências de radiodifusão pública como a NPR e a PBS. Trump celebrou a aprovação dizendo que se estava a acabar com o "desperdício" que, segundo ele, acontecia nessas plataformas. O Presidente exigiu ainda que o Congresso rescindisse quaisquer verbas já alocadas, numa janela de 45 dias para se pronunciar sobre a questão. Durante os debates, enquanto os republicanos argumentaram que o financiamento era um "desperdício", os democratas criticaram as medidas como "extremamente prejudiciais", comparando as cortes com a redução de impostos para os mais ricos.

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