Carneiro descarta rivalidade com Centeno e reitera foco nas autárquicas
O líder do PS, José Luís Carneiro, enfatiza que as candidaturas à presidência são decisões pessoais e reafirma que a prioridade do partido são as eleições autárquicas.

Na sua recente intervenção, o secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, abordou a saída de Mário Centeno do cargo de governador do Banco de Portugal, anunciada na quinta-feira. Em declarações à SIC Notícias, Carneiro frisou que a eventual contribuição de Centeno para o país e para o PS seria bem-vinda, mas não teme que ele aspire ao seu lugar. “De forma alguma”, afirmou, quando questionado sobre uma possível ambição de Centeno.
Relativamente à possibilidade de tentar persuadir Centeno a concorrer à presidência da República, Carneiro destacou que as candidaturas a Belém são decisões de natureza pessoal e não devem ser vistas exclusivamente sob a ótica partidária. “Não é a função de um líder de partido convencer alguém a avançar com uma candidatura”, acrescentou.
Quanto às diversas candidaturas presentes e futuras, como as de António José Seguro (PS) e António Filipe (PCP), Carneiro assegurou que o PS decidirá sobre o apoio nas presidenciais após as eleições autárquicas, mantendo a prioridade na organização e êxito deste próximo processo eleitoral. “Respeitaremos as decisões mais relevantes entre congressos, tomando uma decisão em sede nacional do PS”, declarou.
A falar sobre a saída de Centeno do Banco de Portugal, Carneiro qualificou a situação como uma “decisão política” e reforçou que a não recondução do governador que sempre se evidenciou pelo seu mérito e competência foi, do seu ponto de vista, uma escolha negativa. “Se fosse por meritocracia, de certeza que Centeno se manteria”, comentou, reforçando a sua posição sobre a capacidade do ex-governador no contexto europeu.
Respondendo às motivações do governo para a sua não recondução, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, elucidou que a escolha recaiu sobre um novo candidato que o governo considera mais adequado para as funções do Banco Central, baseando-se nos objetivos a cumprir e na independência do novo governador.