Cerca de 150 moradores evacuados em Ponte da Barca devido a incêndio
A segurança levou à evacuação de perto de 150 residentes de quatro aldeias em Ponte da Barca, ameaçadas pelo incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Cerca de 150 residentes de quatro aldeias da região de Ponte da Barca foram forçados a abandonar as suas casas em virtude do incêndio que eclodiu no sábado passado no Parque Nacional da Peneda-Gerês. O presidente da Câmara Municipal, Augusto Marinho, revelou à agência Lusa que os habitantes das localidades da Igreja, Britelo, Sobredo, Germil e Lourido estão a ser direcionados para pontos de acolhimento temporário designados como “Aldeia Segura”. O transporte destas pessoas está a ser feito para o centro escolar em Entre Ambos-os-Rios.
O autarca frisou que a retirada se justifica pela urgência de proteger a população, uma vez que a frente de fogo se está a expandir de forma descontrolada, colocando em risco não apenas as habitações, mas também a saúde dos moradores devido à intensa fumaça presente na área. “Estamos a agir por questões de segurança. O incêndio está a dirigir-se com grande violência para várias áreas”, afirmou Marinho.
O Parque Nacional da Peneda-Gerês, classificado como o único parque nacional em Portugal, abrange uma área aproximada de 70.290 hectares, envolvendo os distritos de Braga, Viana do Castelo e Vila Real. O incêndio, que se iniciou em Ponte da Barca, alastrou-se rapidamente para o concelho limítrofe de Terras de Bouro, em Braga.
Às 22h29 do dia do incêndio, não havia registos de casas atingidas nem de feridos na área de Ponte da Barca, conforme reportado pelo autarca. “Ainda estamos com sorte”, sublinhou, embora expressasse a sua preocupação com a situação.
Mais tarde, o vice-presidente da Câmara, José Alfredo, descreveu a situação como “uma facada no coração” do parque nacional, afirmando que as consequências deste incêndio se farão sentir a longo prazo. O presidente da Câmara pediu ao Governo que acionasse o Mecanismo Europeu de Proteção Civil ou acordos bilaterais com outros países, como Espanha, para aumentar as operações de combate ao fogo. “É impensável enfrentar esta situação com apenas um meio aéreo. A minha indignação é total”, acrescentou Augusto Marinho.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, até às 22h35, estavam mobilizados 401 operacionais e 139 viaturas para combater as chamas.