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China defende um futuro multipolar em meio a desafios globais

O MNE chinês, Wang Yi, destacou a importância de um mundo multipolar e a união dos países da OCX, alertando para ameaças crescentes e pela necessidade de cooperação entre os Estados-membros.

16/07/2025 08:00
China defende um futuro multipolar em meio a desafios globais

Durante uma recente cimeira de líderes diplomáticos da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), na cidade de Tianjin, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, expressou a sua sanção ao progresso em direção a um "mundo multipolar" e ao "aprofundamento da globalização" num contexto internacional caracterizado por "turbulências".

Wang pediu aos Estados-membros da OCX um "maior consenso" para enfrentar o "crescimento do protecionismo" e os "conflitos regionais" que têm vindo a intensificar-se, conforme indicado em um comunicado oficial da diplomacia chinesa.

O MNE chinês sublinhou que a segurança internacional enfrenta uma realidade "complexa e grave", repleta de "novas ameaças e desafios". Ele também condenou os recentes ataques israelitas contra o Irão, um dos países membros da OCX, rotulando-os como uma "violaçã da soberania" iraniana.

No seu discurso, Wang Yi enfatizou a importância da "boa vizinhança" entre os países que compõem a OCX, recordando a existência de tensões históricas, como entre a Índia e o Paquistão, que em maio passado, resultaram em ataques aéreos mútuos, causando numerosas fatalidades.

O ministro destacou que a OCX deveria aproveitar o 80.º aniversário da fundação das Nações Unidas para advogar por um mundo equitativo e ordenado, bem como por uma globalização económica inclusiva, clamando por um "sistema de governação global mais justo e racional".

Atualmente, a China ocupa a presidência rotativa da OCX, muitas vezes referida como a "NATO asiática". Wang também anunciou que a cimeira anual da organização será realizada entre 31 de agosto e 1 de setembro deste ano.

Simultaneamente, o Presidente chinês, Xi Jinping, encontrou-se com os líderes diplomáticos da OCX em Pequim, pedindo um fortalecimento dos "mecanismos de resposta" à "ameaças e desafios de segurança globais". Ele afirmou: "Devemos unir esforços e liderar o Sul Global em direção a um sistema de governação internacional mais justo e razoável".

A OCX, que inclui países como China, Rússia, Índia, Irão, Paquistão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguizistão, Tajiquistão e Uzbequistão, representa o maior bloco regional do mundo, com cerca de 40% da população global. Embora os seus membros afirmem não ser uma aliança militar, muitos analistas consideram que a OCX exerce um papel estratégico como contrapeso à NATO.

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