Casa Branca expressa descontentamento com Netanyahu após bombardeamentos indiscriminados

Funcionários da Casa Branca estão a demonstrar crescente descontentamento face ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. As suas recentes ações, caracterizadas por bombardeamentos incessantes, estão a gerar apreensão sobre o impacto que podem ter nos esforços de mediação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no conflito do Médio Oriente.

Segundo fontes da Casa Branca citadas pela agência Axios, "Bibi" Netanyahu estaria a agir de forma imprudente, com um funcionário a afirmar que "bombardeia tudo a toda a hora", alertando que este comportamento poderá minar as iniciativas de paz que Trump procura promover. O ataque recente às tropas sírias que se deslocavam para o sul da Síria, numa região marcada pela escalada de hostilidades, levantou ainda mais questões.

Outro funcionário expressou a frustração com a frequência de novas crises, referindo-se ao bombardeamento que atingiu uma paróquia católica em Gaza e resultou na morte de três pessoas. O local estava a acolher mais de 400 deslocados, incluindo crianças e pessoas com deficiência, o que provocou condenações da comunidade internacional e, especificamente, do Papa Leão XIV, que denunciou a utilização de força indiscriminada.

O Papa pediu o fim da "barbárie" na Faixa de Gaza e lamentou a situação, sublinhando que "não pode haver justificação para a punição coletiva." Enquanto isso, Trump, embora não tenha publicamente condenado os ataques israelitas na Síria, entrou em contacto telefónico com Netanyahu, requisitando um pedido de desculpas oficial, que eventualmente foi emitido.

Netanyahu, por sua vez, expressou "profundo lamento" pelo ataque à igreja, considerando as mortes como uma "tragédia". Contudo, um terceiro funcionário da Casa Branca indicou que há um ceticismo crescente relativamente à liderança de Netanyahu, descrevendo-o como "uma criança que não se comporta".

Embora a frustração com as ações de Netanyahu seja evidente entre os altos funcionários da Casa Branca, não está claro se Trump partilha deste descontentamento, apesar de ser um tema recorrente nas suas interações com o primeiro-ministro israelita.

Os drusos, uma minoria religiosa na Síria, cujas crenças têm semelhanças com o judaísmo e o cristianismo, enfrentam uma situação delicada após a queda do regime do presidente Bashar al-Assad, levantando questões sobre o futuro das minorias sob o novo governo de transição sírio.