China desaprova decisão americana de deixar a UNESCO
A China criticou a retirada dos EUA da UNESCO, considerando-a indigna para uma nação responsável e apelou ao reforço do multilateralismo e da Carta das Nações Unidas.

A China expressou hoje a sua desaprovação pela decisão dos Estados Unidos de abandonarem a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a qual considera "indigna de um grande país responsável". O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, destacou que este passo é lamentável, especialmente tendo em conta que os EUA já acumulam dívidas em relação às suas contribuições.
Guo reforçou o apoio da China à missão da UNESCO, que visa promover a cooperação internacional nas áreas de educação, ciência e cultura, assim como fomentar o entendimento entre diferentes civilizações e proteger a paz mundial.
Durante as comemorações do 80.º aniversário da fundação das Nações Unidas, o diplomata apelou à comunidade internacional para reafirmar o seu compromisso com o multilateralismo e defender um sistema global que tenha a ONU como pilar, assente no direito internacional e nos princípios estabelecidos na Carta das Nações Unidas.
A administração de Donald Trump anunciou que os EUA irão formalizar a saída da UNESCO a 31 de dezembro de 2026, argumentando que a presença na organização já não é vantajosa para os interesses nacionais, alegações que se concentram em críticas à aceitação da Palestina como membro e à suposta promoção de uma "agenda globalista".
A China, membro da UNESCO desde 1971, também ocupa um lugar no Conselho Executivo da agência até 2025 e é hoje um dos principais financiadores desta organização, com vários centros instalados no seu território dedicados à educação, património e ciência.