Conflitos em Ituri: Mortes de civis aumentam em meio a confrontos entre milícias
Pelo menos 27 civis perderam a vida devido a confrontos armados na província de Ituri, RDCongo, revelando um agravamento da situação de segurança na região.

Pelo menos 27 civis foram mortos e diversas pessoas ficaram feridas em intensos confrontos entre grupos armados, na província de Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo. A situação foi confirmada por um representante da sociedade civil, Ackim Saky, à agência de notícias EFE.
Os combates ocorreram entre as milícias do Frente Popular de Autodefesa de Ituri (FPAC-Zaire) e a Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco), com foco nas aldeias de Nizi e Lopa, entre o último domingo e esta segunda-feira.
Em Lopa, o número de vítimas subiu de 13 para 18, após a descoberta de cinco corpos adicionais de um ataque inicial atribuído ao Codeco. "Na segunda-feira, violentos confrontos tiveram lugar entre a milícia de Zaire e o Codeco em Nizi, resultando na lamentável morte de seis civis. Ademais, mais três civis foram assassinados em Lopa," relatou Saky.
Saky também informou que cerca de dez feridos estão a receber tratamento em centros de saúde em Bahema Baguru, no território de Djugu. As autoridades locais procederam ao sepultamento de várias vítimas na terça-feira, embora alguns corpos ainda se encontrem na morgue à espera de uma sepultura.
Enquanto a comercialização continua paralisada, a maioria da população encontra-se em luto, aguardando que as condições de segurança melhorem na região.
Desde 2022, diversas áreas de Ituri enfrentam uma escalada de ataques, com muitos incidentes atribuídos ao Codeco, que se autodenomina defensor da comunidade lendu, de agricultores, e foi criado em 2018 para combater abusos militares.
A violência mais recente ocorreu apenas semanas após a assinatura de um novo acordo de cessar-fogo por seis milícias da região, incluindo a Codeco e o FPAC-Zaire, além da Força Patriótica e Integracionista do Congo (FPIC), a Frente de Resistência Patriótica de Ituri (FRPI), o Movimento de Autodefesa Popular de Ituri (MAPI) e Chini Ya Tuna.
Não obstante o acordo, a violência persiste, deixando os habitantes da província em estado de terror, ameaçados por diversos grupos armados, incluindo as Forças Democráticas Aliadas (ADF), ligadas ao grupo extremista Estado Islâmico.
Desde 1998, a região leste da RDCongo tem estado em conflito, exacerbado pela presença de milícias rebeldes e o confronto com o exército, apesar da atuação da missão da ONU (Monusco) na área.