Conflitos no Sul da Síria resultam em 89 fatalidades
Em recentes confrontos no sul da Síria, 89 pessoas perderam a vida, incluindo drusos e beduínos. O governo sírio envia tropas para restaurar a ordem na região conturbada.

As recentes hostilidades no sul da Síria provocaram a morte de pelo menos 89 indivíduos, conforme o último relatório do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). O número de vítimas aumentou a partir dos 64 registados anteriormente, englobando 50 drusos, 18 beduínos, 14 membros das forças de segurança e sete cidadãos não identificados.
O porta-voz do ministro do Interior libanês Nureddine al-Baba informou à Al-Ikhbariya que houve "confrontos com grupos armados ilegais", mas que as forças libanesas estão a tentar minimizar o risco de vítimas civis.
Entretanto, de acordo com relatos do exército israelita, foram atacados tanques militares no sul da Síria, numa operação que ocorre enquanto forças do governo sírio e tribos beduínas se confrontam com milícias drusas. O exército de Israel já tinha intervindo anteriormente em prol da minoria drusa, incluindo um ataque em maio próximo ao palácio presidencial em Damasco. Isso acontecia em resposta a combates que resultaram em dezenas de mortes entre milícias leais ao governo e combatentes drusos nas áreas de Sahnaya e Jaramana, em Damasco, maioritariamente habitadas por drusos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz, expressaram que Israel manterá vigilância para impedir a movimentação de forças sírias no sul de Damasco e qualquer ameaça à comunidade drusa.
Atualmente, mais de metade do milhão de drusos que existem globalmente reside na Síria, com significativas comunidades também no Líbano e em Israel, onde muitos servem nas forças armadas israelitas.
Em resposta aos recentes confrontos, as autoridades sírias despacharam forças de segurança para a província de Sweida, buscando restaurar a ordem após uma escalada de violência entre antigos rivais. O Ministério da Defesa sírio anunciou o envio de "unidades militares para as zonas afetadas" e a abertura de "passagens seguras para civis".
Conflitos entre drusos e beduínos estão a ocorrer esporadicamente na província de Sweida. O OSDH revelou que os confrontos começaram após o rapto de um vendedor de legumes druso por beduínos armados, que estabeleceram bloqueios na estrada entre Sweida e Damasco.
A província de Sweida, com cerca de 700.000 habitantes, alberga a maior comunidade drusa da Síria, uma minoria do Islão xiita. As tensões entre drusos e beduínos são de longa data e a violência erupta periodicamente. A atual onda de violência apresenta um desafio significativo para o Governo interino de al-Charaa, que tomou o poder após a queda do presidente Bashar al-Assad, durante um conflito que já dura quase 14 anos.