Cuidado com o Cheiro a Cloro: Pode Indicar Água Contaminada
O cheiro intenso a cloro em piscinas pode enganar. Em vez de sinal de limpeza, pode ser um alerta de contaminação. Conheça os riscos associados.

Com a chegada do verão, a tentação de mergulhar numa piscina refrescante aumenta, mas será que a água é tão pura e limpa quanto parece?
A imunologista e especialista em doenças infecciosas, Lisa Cuchara, afirma que, embora nadar em ambientes públicos, como piscinas e parques aquáticos, traga uma série de riscos – que vão desde irritações na pele a infeções gastrointestinais – os benefícios para a saúde física e mental são inegáveis.
No entanto, é crucial ter conhecimento dos perigos que podem estar escondidos na água.
Informações sobre a propagação de germes em piscinas surgem frequentemente nas notícias e redes sociais durante o verão, o que não é infundado. O cloro, embora eficiente na eliminação de muitos patogénicos, não é uma solução mágica, uma vez que não atua de forma imediata e não elimina todos os micro-organismos.
Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) emitiram vários alertas ao longo dos verões sobre surtos de doenças relacionados com a natação. Um relatório de 2023 monitorizou mais de 200 surtos em piscinas nos EUA, que afetaram mais de 3600 pessoas, e que incluíram infeções na pele e problemas gastrointestinais.
Mesmo em água devidamente tratada, alguns germes podem persistir. O Cryptosporidium, um parasita que causa diarreia, pode sobreviver até 10 dias em água tratada com cloro, enquanto a Pseudomonas aeruginosa está frequentemente associada a irritações cutâneas e infecções de ouvido.
O contacto humano com a água das piscinas resulta na liberação de diversos resíduos, como suor e urina, que reagem com o cloro e formam as cloraminas, substâncias que podem comprometer a saúde.
Surpreendentemente, um forte odor a cloro não é indicativo de uma piscina limpa. Pelo contrário, pode ser um alerta de que a água está contaminada, e a sua utilização deve ser reconsiderada.