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A Crescente Ameaça do Cancro do Útero: Mulheres Negras em Maior Risco

Um estudo recente indica que o número de casos de cancro do útero está a aumentar, com as mulheres negras a apresentarem um risco alarmante e desproporcional.

25/07/2025 22:00
A Crescente Ameaça do Cancro do Útero: Mulheres Negras em Maior Risco

No início deste ano, a Best Life reportou um aumento preocupante nos casos de cancro da mama, cancro colorretal e cancro renal nos Estados Unidos. Agora, um novo estudo destaca uma subida nas taxas de cancro cervical, especialmente entre mulheres com mais de 65 anos que correm um risco elevado de desenvolver cancro do útero.

Segundo a Sociedade Americana do Cancro, o cancro do útero é o quarto mais comum entre as mulheres. Contudo, o que causa maior preocupação é o aumento da mortalidade associada a este tipo de cancro, com algumas mulheres em particular a enfrentarem um risco desproporcionalmente maior.

Existem dois tipos principais de cancro do útero: o tumor endometrial e o sarcoma uterino. O tumor endometrial, que representa 95% dos casos, afecta o revestimento interno do útero, levando as células a crescem de forma descontrolada. Já o sarcoma uterino, que é raro, desenvolve-se na parede muscular do útero.

Ainda que ambos os tipos ocorram em regiões diferentes do útero, partilham fatores de risco semelhantes, como desequilíbrios hormonais, síndrome dos ovários policísticos (SOP), terapia de reposição hormonal, menstruação precoce, obesidade, dieta pouco saudável e diabetes.

De acordo com o Instituto Nacional do Cancro, a idade média para o diagnóstico de cancro do útero situa-se entre os 55 e 64 anos, sendo que esta doença representa 3,4% de todos os novos casos de cancro nos EUA. Desde 2013, as taxas ajustadas por idade para novos diagnósticos têm aumentado, com uma projecção de 69.120 novos casos até 2025.

Um estudo recente publicado na revista Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention antecipa um "aumento substancial" nos casos e mortes por cancro do útero até 2050. A investigação revela que as mulheres negras são particularmente vulneráveis. O autor do estudo, Jason D. Wright, indica que se prevê um crescimento superior a 50% nos casos entre mulheres negras, comparado a um aumento de cerca de 29% nas mulheres brancas.

O modelo desenvolvido pelos investigadores considera a idade, o tipo de cancro e a raça, começando aos 18 anos e simulando os diagnósticos para ambos os grupos. Os dados indicam que, entre 2020 e 2050, as taxas de mortalidade e incidência continuarão a aumentar, com as mulheres negras a enfrentar um risco desproporcionalmente maior.

Wright sublinha que as mulheres negras frequentemente enfrentam atrasos no diagnóstico, sendo diagnosticadas em estágios mais avançados da doença, que são mais difíceis de tratar. Além disso, este grupo tende a desenvolver formas mais agressivas de cancro do útero.

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