Política

Demolições em Loures: Candidato Presidencial Critica Falta de Ação da Câmara

Luís Marques Mendes critica a Câmara de Loures pela abordagem às demolições, sublinhando que a autarquia deveria ter priorizado o alojamento antes de destruir casas autoconstruídas.

há 4 horas
Demolições em Loures: Candidato Presidencial Critica Falta de Ação da Câmara

Luís Marques Mendes, candidato à presidência, abordou na quarta-feira a polémica em torno das demolições de casas autoconstruídas em Loures, situadas no distrito de Lisboa. Mendes reconheceu que as habitações se encontram numa situação "ilegal", mas acusou a Câmara Municipal de ter sido "conivente" ao longo dos anos.

"Ao decidir proceder às demolições, a Câmara deveria ter encontrado primeiro um alojamento provisório para os residentes, seguindo uma abordagem mais sensível e sensata", afirmou em declarações à imprensa em Santarém. "Na política, as decisões exigem sentido e empatia", acrescentou.

Quando questionado sobre a questão dos bairros com barracas, destacou a habitação como uma prioridade, mencionando uma iniciativa recente de apelo às cooperativas. Embora já estivessem a decorrer as demolições, optou por não se pronunciar em detalhe sobre a situação em Loures, uma vez que "não tinha dados suficientes para formar uma opinião".

Frisou que não existem soluções rápidas no domínio habitacional, apontando que a construção de novas casas, após aprovação, pode demorar até dois anos. "Não podemos criar ilusões sobre este assunto", disse.

Marques Mendes sublinhou ainda a necessidade de um consenso entre partidos para reabilitar o mercado de arrendamento, que descreveu como estando em estado crítico, facilitando uma alternativa enquanto não se resolve a questão da habitação própria.

Na segunda-feira, a Câmara de Loures iniciou a demolição de estruturas no Bairro do Talude, enfrentando resistência por parte dos moradores que não possuem alternativas habitacionais. Foi informado que os residentes apenas foram notificados das demolições na sexta-feira anterior à destruição. A operação afetou mais de 160 pessoas e resultou na destruição de mais de 60 casas, provocando críticas por parte do movimento Vida Justa, que denunciou a falta de acesso aos direitos dos moradores do bairro.

Além disso, na manhã de terça-feira, o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa ordenou que a Câmara Municipal suspendesse as demolições, embora algumas habitações já tivessem sido destruídas.

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