Desafios do PS nas Autárquicas: 47 Municípios em Risco
Às portas das autárquicas, o PS enfrenta a saída de 47 presidentes e busca manter-se como o partido predominante, apresentando uma estratégia com coligações e apoio a movimentos independentes.

À medida que se aproximam as eleições autárquicas, o Partido Socialista (PS) prepara-se para o desafio de manter a sua preponderância, enfrentando a saída de 47 presidentes de câmara que atingiram o limite de mandatos. O partido, agora liderado por José Luís Carneiro após a renúncia de Pedro Nuno Santos, ambiciona reforçar a sua imagem como principal força autárquica em Portugal.
Em 2021, durante as últimas autárquicas, o PS saiu vitorioso sob a liderança de António Costa, conquistando 149 câmaras, incluindo uma em coligação com o Livre. Contudo, quatro anos depois, o cenário mudou radicalmente. O PS encontra-se fora do governo e desceu para a terceira posição no parlamento, o que torna estas eleições um verdadeiro teste à sua influência.
André Rijo, coordenador autárquico do PS, sublinhou a importância de o partido ser visto como a entidade líder, capaz de apresentar soluções viáveis para as necessidades locais. O partido planeia liderar 13 coligações e apoiar nove movimentos de cidadãos, tendo já fechado a maioria das listas próprias, exceto em três concelhos onde ainda procura candidatos.
Entre as coligações que o PS lidera encontram-se localidades como Lisboa, Braga, Sintra e Coimbra, sendo a única exceção Vizela, onde o partido decidiu não apresentar candidatura devido ao afastamento do atual presidente, Victor Hugo Salgado, após implicações em um processo de violência doméstica.
Atualmente, o PS apenas mantém a liderança de quatro capitais de distrito (Leiria, Viana do Castelo, Vila Real e Beja), tendo perdido a liderança em cidades como Lisboa e Porto. André Rijo enfatizou a necessidade de recuperar algumas destas capitais, colocando como candidaturas destacadas figuras como Alexandra Leitão em Lisboa e Manuel Pizarro no Porto.
A decisão de não permitir que os candidatos autárquicos se apresentassem nas listas às legislativas antecipadas foi uma estratégia que reforça o compromisso do PS com o trabalho autárquico. O partido pretende diferenciar-se de outras forças políticas, como o PSD e o Chega, ao enfatizar a importância de candidaturas dedicadas às comunidades locais.
Por fim, o PS estabeleceu um princípio claro nas suas coligações, que devem ser lideradas por ele e não envolver partidos da direita parlamentar, assegurando que as decisões sejam tomadas em nível local, fortalecendo assim sua presença nos territórios.