Dificuldades de tempo marcam debate do estado da nação
O Governo teve dificuldade em responder a 27 questões durante o debate do estado da nação, acumulando apenas quatro minutos graças a cedências de várias bancadas.
No término da primeira ronda de inquéritos das dez fações políticas, o líder do grupo parlamentar do PSD, Hugo Soares, manifestou preocupação em relação à escassez de tempo do Governo. Apesar de a sua bancada ter cedido dez minutos ao primeiro-ministro, Soares solicitou ao hemiciclo a aprovação de mais dez minutos para o executivo, sublinhando que o PSD não estava disposto a abdicar de mais tempo.
O presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, colocou a proposta em plenário, mas o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, imediatamente rejeitou a sugestão. Dias argumentou que o Governo estava ciente das regras e deveria gerir o seu tempo de forma mais eficiente, encorajando o PSD a oferecer mais minutos.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou ter realizado uma gestão "criteriosa do seu tempo". Ele esclareceu que dos 40 minutos disponíveis para a sua intervenção inicial, utilizou apenas 25, decidindo que seria justo responder aos pedidos de esclarecimento com o mesmo tempo que os partidos têm, isto é, cinco minutos, por respeito institucional.
"Partilho com a câmara a necessidade de, em conferência de líderes, encontrarmos um modelo que permita que este debate decorra de forma eficaz e produtiva", referiu.
Apenas o BE, CDS-PP e PSD concordaram em ceder algum tempo, totalizando 4 minutos e 11 segundos. O primeiro-ministro indicou que responderia de forma conjunta aos 27 pedidos de esclarecimento recebidos.