EUA e Japão firmam acordo comercial, mas aço e alumínio continuam a ser penalizados
O pacto comercial entre os EUA e Japão não abrange as sobretaxas de 50% sobre aço e alumínio. O Japão reduziu os direitos aduaneiros sobre automóveis para 15%.
O recente acordo comercial entre os Estados Unidos e o Japão não afeta as enormes sobretaxas de 50% que os EUA ainda impõem sobre as exportações japonesas de aço e alumínio, conforme afirmou o negociador japonês Ryosei Akazawa em Washington.
"Se me perguntar se o acordo se aplica ao aço e ao alumínio, a resposta é não", declarou Akazawa aos jornalistas.
Contudo, no âmbito deste pacto, o Japão conseguiu uma significativa diminuição dos direitos aduaneiros sobre os automóveis, reduzindo-os para 15% e evitando uma sobretaxa generalizada de 25% que estava em vias de implementação. O presidente norte-americano, Donald Trump, manifestou o seu entusiasmo pela conclusão do acordo, que ele descreveu como "nunca antes visto".
Trump anunciou que o Japão se compromete a investir 550 mil milhões de dólares (aproximadamente 468 mil milhões de euros) nos EUA, proporcionando 90% dos lucros. "Este acordo trará milhares de empregos e abrirá novas portas no comércio, incluindo produtos agrícolas e veículos", sublinhou.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, comemorou a redução dos direitos aduaneiros aplicáveis aos automóveis japoneses, frisando que a nova taxa de 15% representa uma diminuição significativa das sobretaxas anteriores.
Ainda assim, Akazawa acrescentou que o acordo não contempla questões relacionadas com os gastos de defesa, um tema que Trump tinha abordado previamente, pedindo ao Japão que aumentasse os seus investimentos militares.
Os dados governamentais indicam que o Japão ocupou a quinta posição como parceiro comercial dos EUA em 2024, representando 4,3% do comércio total e mais de 148 mil milhões de dólares (cerca de 126 mil milhões de euros) em importações para os Estados Unidos.