EUA impõem sanções a indivíduos e entidades ligadas ao financiamento dos Hutis
O Departamento de Estado dos EUA sancionou indivíduos e entidades que financiam o movimento Huti, em resposta a esquemas de branqueamento de capitais e apoio ao terrorismo.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou hoje a aplicação de sanções a dois indivíduos e cinco entidades envolvidas em atividades de financiamento e branqueamento de capitais que sustentam os Hutis, considerados uma organização terrorista. A diplomacia norte-americana salientou que essas ações visam desmantelar as fontes de receita que fortalecem a capacidade dos Hutis, apoiados pelo Irão, em ameaçar rotas marítimas essenciais para o comércio global.
“A operação de hoje resulta de um esforço contínuo para coibir a geração de receitas ilícitas e a aquisição de armamento pelos Hutis, reafirmando nosso comprometimento em combater o terrorismo, garantir a estabilidade regional e defender a liberdade de navegação”, afirmou o departamento liderado por Marco Rubio.
Em 4 de março, os EUA redesignaram o movimento Ansarallah (nome oficial dos Hutis) como uma organização terrorista estrangeira. “Estamos determinados a cortar a fonte de financiamento ilegal dos Hutis ao intensificar a pressão sobre os facilitadores financeiros que os sustentam”, acrescentou a nota.
O Departamento do Tesouro dos EUA indicou que os Hutis, com apoio iraniano, arrecadam anualmente centenas de milhões de dólares ao colaborar com empresários iemenitas para taxar as importações de petróleo, gerando receitas críticas para suas atividades desestabilizadoras.
As sanções visam uma rede de indivíduos e as suas empresas, localizadas no Iémen e nos Emirados Árabes Unidos, que operam como importadores de combustíveis e lavadores de capitais a favor dos Hutis. Um dos indivíduos sancionados, Muhammad Al-Sunaydar, é acusado de administrar uma rede de empresas petrolíferas entre os dois países e de manter um acordo com os Hutis para importar gás e petróleo, incluindo produtos diesel do Irão.
As empresas Arkan Mars Petroleum DMCC e Arkan Mars Petroleum FZE, localizadas nos EAU, também foram identificadas por facilitarem a exportação de petróleo para o Iémen e terem coordenado a entrega de cerca de 12 milhões de dólares em produtos iranianos aos Hutis.
Outro sancionado, Yahya Mohammed Al Wazir, é acusado de manejar operações de branqueamento e de reunir fundos para os Hutis. Entre novembro e dezembro de 2024, a sua empresa Al-Saida Stone for Trading and Agencies fez pagamentos significativos para a aquisição de carvão, supostamente destinado à exportação para o Iémen.
A Fábrica de Cimento Amran, controlada pelos Hutis, também foi objeto de sanções por ter facilitado operações de branqueamento e geração de receitas para o grupo.
Os Hutis, que controlam a capital Sanaa e várias regiões do Iémen, estão integrados a uma aliança de apoio a grupos como o Hezbollah e o Hamas, no âmbito da Iraniana aliança contra Israel. Desde o início do recente conflito na Faixa de Gaza, os Hutis têm lançado mísseis em direção a Israel, enquanto este tem retaliado com ataques a infraestruturas sob controle do grupo, incluindo o porto de Hodeida, que já foi alvo de bombardeios em julho passado.