EUA impõem tarifas à UE e México: Trump critica défices comerciais

No passado sábado, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um anúncio significativo ao declarar a imposição de tarifas de 30% sobre todos os produtos provenientes da União Europeia (UE) e do México, com início a partir de 1 de agosto. Esta informação foi partilhada através de cartas na plataforma social Truth Social, que pertence ao próprio republicano.

Trump justificou esta decisão, afirmando que "estamos a oferecer aos países o privilégio de comprar e operar no nosso território, o que considero bastante positivo". O chefe de Estado dos EUA afirmou ainda, numa entrevista à Fox News, que "em certos casos, estaremos a estabelecer acordos diretos" e que os EUA têm já efetuado acordos com vários países, embora estes sejam limitados.

A referência às tarifas ocorre após a suspensão anterior que foi anunciada em abril. Desde então, os EUA apenas conseguiram firmar acordos pouco abrangentes com países como a China, o Reino Unido e o Vietname. No entanto, Trump também argumentou que as tarifas se devem em parte ao papel do México no tráfico de drogas para os EUA e à situação do défice comercial com a UE.

Numa comunicação direcionada à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump mencionou que o défice comercial representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA e disse que "tivemos anos para debater a nossa relação comercial e percebemos que precisamos de abordar os défices comerciais persistentes causados por políticas tarifárias, barreiras comerciais e medidas não tarifárias".

Após o anúncio, von der Leyen mostrou-se pronta para dialogar com os EUA, mas deixou claro que irá "tomar todas as medidas necessárias para proteger" os interesses da UE, incluindo a possibilidade de contramedidas se for necessário.

Trump comentou que países como os da UE e México "aproveitaram-se de nós durante 30 ou 40 anos" e por isso estão "chateados". Ele relembrava que já havia proposto estas tarifas durante o seu primeiro mandato, lamentando que a pandemia de covid-19 o tenha impedido de as concretizar totalmente.

Além disso, Trump defendeu que "resolveu a questão da NATO" com um acordo alcançado a 25 de junho durante uma cimeira nos Países Baixos, onde os 32 países da Aliança Atlântica acordaram aumentar o investimento em defesa até 5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2035, com uma revisão prevista para 2029.

"Agora, todos os países estão a contribuir com montantes significativamente maiores, passando de 2% para 5%. Isto representa mais de mil milhões de dólares por ano. Atualmente, temos uma voz forte na NATO, ao contrário do período sob a administração de Biden", afirmou Trump.