Guterres alerta para crise humanitária sem precedentes em Gaza
O secretário-geral da ONU, António Guterres, revelou a devastadora situação em Gaza, onde a ofensiva israelita já provocou mais de 59.000 fatalities entre os palestinianos, pedindo um cessar-fogo imediato.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, denunciou a grave situação que se vive em Gaza, onde a ofensiva do Exército israelita já causou mais de 59.000 mortos na população palestiniana. Durante uma intervenção perante o Conselho de Segurança da ONU, Guterres referiu o "completo desrespeito pelo direito internacional" e a ausência de responsabilização num contexto de "crescentes divisões e conflitos geopolíticos".
"O que se está a passar em Gaza é um verdadeiro horror, com um número de mortes e destruição sem precedentes. A subnutrição aumenta e a fome atinge cada vez mais pessoas. Presenciamos o colapso de um sistema humanitário que foi construído com base em princípios de solidariedade", afirmou o líder da ONU.
Guterres enfatizou que as operações militares israelitas estão a intensificar-se e as novas ordens de evacuação na cidade de Deir al-Bala levam a um aumento da devastação. "É preocupante que instalações da ONU tenham sido atacadas, quando todas as partes responsáveis já tinham conhecimento da sua localização, que deveria ser inviolável", lamentou.
Além de Gaza, o secretário-geral sublinhou que em várias regiões do mundo, incluindo a Ucrânia, Sudão, Haiti e Myanmar, "o desrespeito pelo direito internacional permanece contínuo, com níveis inéditos de fome e deslocação forçada".
Guterres salientou ainda que "o terrorismo, o extremismo violento e o crime transnacional continuam a dificultar o acesso à segurança", sublinhando que "a paz é uma escolha" e que "o mundo espera que o Conselho de Segurança da ONU ajude na tomada dessa decisão".