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Guterres expressa profunda preocupação com a crise humanitária em Gaza

O secretário-geral da ONU manifestou a sua indignação face à deterioração das condições humanitárias na Faixa de Gaza, onde a vida de muitas pessoas está em risco.

21/07/2025 20:00
Guterres expressa profunda preocupação com a crise humanitária em Gaza

António Guterres mostrou-se "muito preocupado" com a situação humanitária na Faixa de Gaza, onde, segundo o seu porta-voz, "as últimas esperanças que garantem a sobrevivência das populações estão a desmoronar-se". Em declarações à imprensa em Nova Iorque, Stéphane Dujarric referiu que o secretário-geral "condena de forma veemente a violência em curso", que inclui disparos e a morte de civis que tentam obter alimentos para as suas famílias.

Relatórios da Defesa Civil de Gaza indicam que, pelo menos, 93 palestinianos perderam a vida devido a ações das forças israelitas enquanto tentavam aceder a ajuda humanitária em diversas localidades do enclave, com 80 mortes registadas apenas na zona de Zikim, a noroeste da cidade de Gaza.

A situação agrava-se conforme a ONU e várias ONGs apelam para a crescente ameaça de fome na região, que está sob bloqueio israelita há mais de 21 meses, após um ataque do movimento Hamas a 7 de outubro de 2023.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) relatou que um dos seus comboios de ajuda, composto por 25 camiões, chegou à Faixa de Gaza e deparou-se com "enormes multidões de civis esfomeados sob fogo" na área de Zikim. O PAM classificou como "totalmente inaceitável" qualquer forma de violência dirigida a civis e, no domingo à noite, denunciou que as forças israelitas atacaram a multidão no norte de Gaza.

O exército israelita reconheceu ter disparado "tiros de aviso" e admitiu estar ciente das perdas, no entanto, assegurou que os números de mortes reportados não estão em conformidade com as suas informações. Apesar de Israel ter reaberto as portas para camiões de ajuda em 19 de maio, o acesso permanece severamente restrito, com um sistema complexo de distribuição que não abrange a zona norte da Faixa de Gaza. Como consequência, os residentes são forçados a atacar os comboios da ONU que circulam nas estradas do norte, situação que culminou no trágico massacre de domingo.

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