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OMS exige proteção para funcionários após ataques em Gaza

A OMS denunciou ataques a instalações em Gaza, incluindo a residência de funcionários, durante operações militares israelitas, afetando seriamente a capacidade de assistência humanitária.

há 4 horas
OMS exige proteção para funcionários após ataques em Gaza

A Organização Mundial de Saúde (OMS) fez hoje uma incisiva denúncia sobre os ataques direcionados à sua residência e ao armazém principal em Deir el-Balah, na Faixa de Gaza. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da agência da ONU, confirmou que as instalações foram alvo de pelo menos três ataques durante o dia.

"Forças militares israelitas invadiram o local, obrigando mulheres e crianças a abandonar as instalações a pé, enquanto permaneciamos em um cenário de conflito ativo. Funcionários masculinos e seus familiares foram algemados, revistados e interrogados sob ameaça de armas", informou Ghebreyesus.

Além disso, o diretor da OMS revelou a detenção de dois funcionários da organização e de dois familiares, dos quais três foram libertados, permanecendo um ainda sob custódia. Após a remoção de algumas pessoas, 32 funcionários e seus familiares foram levados para o escritório da agência.

A OMS exigiu a libertação imediata dos detidos e a proteção de todos os seus colaboradores. A mais recente ordem de evacuação em Deir al-Balah teve um impacto negativo nas operações da organização, aprofundando a crise do sistema de saúde na região.

O armazém central da OMS, que se encontra na zona de evacuação, sofreu danos significativos durante um ataque recente, que resultou em explosões e incêndios nas suas instalações. O diretor da OMS alertou que o armazém está inoperacional, levando à escassez crítica de suprimentos médicos essenciais para hospitais e equipas de emergência, que enfrentam uma grave falta de medicamentos, combustível e equipamentos.

"Fazemos um apelo urgente aos Estados-Membros para garantir um fornecimento contínuo de materiais médicos para Gaza. É imperativo que se alcance um cessar-fogo, que já deveria ter sido implementado", ressaltou Ghebreyesus.

Relatos da Proteção Civil de Gaza e testemunhas confirmam que foram disparados tiros de artilharia em Deir al-Balah, um dia após um aviso da Israel sobre uma retirada da população da área. O exército israelita anunciou a expansão das suas operações militares nesta localidade.

De acordo com o Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), entre 50.000 a 80.000 pessoas permanecem na região. O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou estar "chocado" com as condições humanitárias em Gaza e condenou a violência em curso, que afeta diretamente os civis que tentam obter alimentos para as suas famílias.

Registros recentes indicam que pelo menos 93 palestinianos foram mortos enquanto buscavam ajuda humanitária. O Programa Alimentar Mundial (PAM) relatou ter encontrado multidões famintas sob fogo ao entregar ajuda em Gaza.

O acesso a Gaza permanece limitado, com um sistema de distribuição arriscado que exclui o norte do território, forçando a população a recorrer a métodos perigosos para obter assistência, intensificando a crise humanitária vivenciada na região.

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