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Influência da Religião e Política na Aceitação de Desinformação em Saúde

Um estudo revela que crenças religiosas e ideológicas de direita estão ligadas à adesão a práticas de saúde alternativas e a teorias da conspiração.

04/07/2025 08:35
Influência da Religião e Política na Aceitação de Desinformação em Saúde

A investigadora Catarina Santos, do ISCTE, conduz um estudo intitulado "O papel das crenças conspiracionistas e pseudocientíficas na previsão da adesão a tratamentos alternativos", que ressalta que indivíduos com uma forte fé religiosa e orientações políticas de direita tendem a aceitar mais tratamentos alternativos e a desinformação sobre saúde.

Santos descreve a pseudociência como "tudo o que, sob a aparência da credibilidade científica, promove ideias sem fundamento, substituindo tratamentos comprovados por abordagens sem eficácia". Ela alerta que essa pseudociência, um tipo específico de desinformação, pode desviar as pessoas dos tratamentos realmente eficazes disponíveis.

A académica sublinha que "a desinformação em saúde consiste na crença errónea de que se possui conhecimento sobre um tema, baseado em informações falsas ou não realistas". Além disso, Santos destaca que a forma como cada indivíduo interpreta a informação pode resultar em desinformação, muitas vezes devido à falta de espírito crítico e literacia sobre a área da saúde.

Em relação à aceitação de desinformação em ambientes médicos, a investigadora observa que "os pacientes muitas vezes preferem tratamentos convencionais a alternativas", e que a crença em teorias da conspiração pode levar à aceitação de ideias semelhantes. "A confiança excessiva no próprio conhecimento pode levar esses indivíduos a abraçar teorias de forma mais intuitiva, sem exercício do pensamento crítico", explica.

Santos explica ainda que "a aceitação de informações de um médico e a confiança na ciência geralmente facilitam a adesão a tratamentos convencionais". O estudo conclui que "as crenças conspiratórias e a desconfiança na ciência impactam diretamente nas decisões de tratamento". Finalmente, a investigadora enfatiza que abordar essas crenças é fundamental para combater a desinformação em saúde e promover escolhas médicas fundamentadas em evidências.

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