Investigação judicial em França sobre a rede X por alegada manipulação de algoritmos
O Ministério Público de Paris anunciou a abertura de uma investigação à rede social X após suspeitas de ingerência externa transmitidas por vários relatórios.

A Gendarmaria Nacional em França está a investigar a rede social X e os seus dirigentes por possíveis manipulações do algoritmo da plataforma, com o intuito de permitir a interferência estrangeira. A procuradora Laure Beccuau revelou que a investigação, iniciada a 09 de julho, abrange não só a entidade X, mas também indivíduos responsáveis pela sua gestão.
A tomada de decisão para a investigação seguiu-se a dois relatórios recebidos em janeiro, que indicavam que o algoritmo da X, anteriormente conhecido como Twitter, poderia estar a ser utilizado para fins de ingerência externa. O primeiro relatório foi elaborado por Eric Bothorel, deputado de Côtes-d'Armor, que alertou sobre as alterações ocorridas no algoritmo desde a aquisição da plataforma por Elon Musk. Bothorel indicou uma diminuição na diversidade de opiniões e uma clara falta de transparência nas decisões de moderação da rede.
Além disso, Bothorel expressou preocupações sobre interferências diretas de Musk, considerando-as uma ameaça à democracia. O segundo relatório, divulgado pelo semanário Le Canard enchaîné, proveniente de um diretor de cibersegurança do sector público, revelou alterações drásticas no algoritmo da X que estariam a fomentar a disseminação de conteúdos de ódio e discursos discriminatórios, prejudicando o debate democrático em França.
Em resposta a estas alegações, o Ministério Público confirmou que está a levar a cabo uma investigação, sustentada em análises e contribuições de investigadores, além de informações de várias instituições públicas. A pesquisa foca especialmente delitos relacionados com a manipulação de sistemas automatizados e a extração de dados de forma fraudulenta.
Recentemente, Laurent Buanec, o responsável pela X em França, defendeu, através da rede social, que a plataforma implementa regras rigorosas para proteger os seus utilizadores do discurso de ódio e desinformação, afirmando que o algoritmo foi desenvolvido para afastar conteúdos nocivos.