Irão acusado de violar direitos humanos com uso de munições proibidas
A Amnistia Internacional denunciou o uso de munições de fragmentação pelo Irão em conflitos armados, colocando em risco civis em Israel durante a recente escalada de violência.

A Amnistia Internacional (AI) revelou, numa recente declaração, que o Irão terá utilizado munições de fragmentação durante a "Guerra dos 12 Dias" com Israel, em junho deste ano, violando claramente o direito internacional humanitário.
Em junho passado, as forças iranianas dispararam mísseis balísticos que continham submunições, atingindo áreas habitadas de Israel. Essa prática, denunciou a AI, tem gerado um risco significativo à vida de civis.
A investigação da organização baseou-se na análise de fotografias e vídeos que documentam a utilização de tais munições, especificamente no dia 19 de junho, quando várias áreas da grande Telavive, incluindo Gush Dan, foram afetadas. A AI também destacou que municípios como Beersheba e Rishon LeZion foram alvo de ataques semelhantes, resultando em crateras que correspondem ao impacto das submunições.
Embora no ataque em Beersheba tenham sido danificadas uma escola e um campo de basquetebol, felizmente não houve registo de vítimas com ferimentos ou mortes.
A AI expressou sua indignação quanto ao uso de munições de fragmentação, que muitas vezes permanecem ativas e representam um perigo mesmo após o fim dos conflitos. "Essas armas são indiscriminadas e não devem ser utilizadas. O ataque a áreas civis por parte das forças iranianas demonstra desprezo pelas normas do direito internacional humanitário", afirmou Erika Guevara Rosas, diretora sénior da AI.
Além disso, a organização sublinhou que o uso de tais armamentos resulta em um risco especialmente elevado para civis, em particular crianças, devido à potencial presença de submunições não detonadas.
A AI recordou que o direito internacional proíbe armas indiscriminadas e que qualquer ataque que resulte em vítimas civis configura um crime de guerra.
Os conflitos entre Israel e Irão intensificaram-se, com o Irão a retaliar os ataques israelitas que ocorreram a 13 de junho, gerando um ciclo de violência que resultou em centenas de mortes e feridos de ambos os lados, culminando numa intervenção dos Estados Unidos.
O cenário escalou com a promessa de vingança de Teerão após ataques aos seus nucleares e, surpreendentemente, culminou em um acordo de cessar-fogo, conforme anunciado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.