Irão reafirma direito ao enriquecimento de urânio em novas negociações com EUA

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, reiterou a posição do país em relação ao enriquecimento de urânio, afirmando que não aceitarão qualquer acordo nuclear que não inclua explicitamente este direito. Araghchi referiu que a exigência feita pelos Estados Unidos para proibir o enriquecimento representa uma linha vermelha para Teerão.

Relativamente ao futuro das negociações, o diplomata iraniano indicou que estão a ser considerados diversos factores, como o momento, o local, a forma e as garantias necessárias para um eventual acordo com Washington. "Estamos a analisar a possibilidade de retomar as conversações", disse Abbas Araghchi.

Ainda sobre as interações com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o ministro afirmou que, embora a colaboração não será suspensa, adoptará um "novo formato". Contudo, não foram fornecidos detalhes sobre como se processará essa nova abordagem, com Araghchi a classificar a adaptação como uma decisão "completamente natural".

O contexto da situação inclui os recentes bombardeamentos por parte de Israel, que, a 13 de junho, atacou o Irão sob o pretexto de uma ameaça nuclear, uma acusação que o país nega. Após 12 dias de ataques mútuos, as duas nações alcançaram uma trégua, seguindo um ataque iraniano a uma base norte-americana no Qatar. O Irão, que responsabiliza parcialmente a AIEA pelos ataques às suas instalações nucleares, suspendeu a sua cooperação com a agência no início de julho, após a aprovação de uma resolução no Parlamento.