Política

Isabel Moreira condena citações de crianças pelo Chega: "É inaceitável"

A deputada do PS, Isabel Moreira, critica o Chega por expor nomes de crianças em debate parlamentar, apelando a uma intervenção do Presidente da República e da justiça.

há 3 horas
Isabel Moreira condena citações de crianças pelo Chega: "É inaceitável"

A deputada do Partido Socialista (PS), Isabel Moreira, expressou a sua indignação em relação ao presidente do Chega, André Ventura, por ter mencionado nomes de crianças durante uma discussão parlamentar sobre as mudanças nas leis de nacionalidade e imigração. Na semana passada, Ventura fez referências a estudantes de uma escola em Lisboa, gerando uma onda de preocupação e insegurança entre os envolvidos.

Isabel Moreira, utilizando a plataforma X (antigo Twitter), afirmou que a intervenção de Ventura e a apresentação dos nomes “remetem para uma zona do globo e não para alunos de instituições em países como Inglaterra ou França”. A deputada alertou que a citação dos nomes faz com que as crianças mencionadas se sintam vulneráveis: “Desde sexta-feira, todas as crianças que tiveram os seus nomes falados estão mais inseguras. É monstruoso. É crime de ódio, sim. Pactuar com o Chega é uma escolha”, sublinhou, desejando ver consequências no âmbito da Assembleia da República e pedindo a posição do Presidente da República e ações da justiça.

Várias figuras políticas, incluindo Pedro Duarte, também condenaram a atitude de Ventura, considerando-a "inqualificável" e manifestando preocupação com a falta de empatia demonstrada. Duarte enfatizou que qualquer atenuante ligado à forma como os nomes foram mencionados não é aceitável, pois o impacto psicológico nas pessoas é significativo.

Por sua vez, a socialista Alexandra Leitão apontou que utilizá-los para fins políticos é uma ação vergonhosa e perigosa, ultrapassando os limites do aceitável numa sociedade democrática. No momento em que Ventura citou os nomes, houve tentativas de interrupção por parte de deputados da Esquerda, mas a direção da sessão não interveio.

André Ventura, por sua vez, defendeu a sua posição nas redes sociais, afirmando que as reações demonstram um desconforto em relação às realidades das escolas portuguesas.

Na sequência deste episódio, tanto as iniciativas governamentais em matéria de nacionalidade como os projetos de lei do Chega seguem agora para a discussão em comissões, numa altura em que a polarização política se acentua ainda mais em torno destas questões sensíveis.

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