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Israeliza "cidade humanitária" para palestinianos gera controvérsia

O novo plano israelita para uma "cidade humanitária" no sul de Gaza, orçado em mil milhões de euros, enfrenta críticas e levanta questões sobre a segurança e bem-estar da população palestiniana.

há 10 horas
Israeliza "cidade humanitária" para palestinianos gera controvérsia

O ministro da Defesa de Israel apresentou ao primeiro-ministro uma proposta visando a criação de uma "cidade humanitária" para os palestinianos no sul da Faixa de Gaza. A informação foi avançada pela Rádio do Exército Israelita, revelando que o novo orçamento do projeto ronda mil milhões de euros (4 mil milhões de shekels).

Em contraste com as primeiras estimativas, que apontavam para um custo de 10 a 15 mil milhões de euros, o primeiro-ministro Netanyahu terá exigido uma versão do plano "mais pequena, barata e prática" após uma reunião com as forças armadas.

A nova proposta também reduz significativamente o tempo de construção, passando de mais de um ano para apenas dois meses. Nesta "cidade humanitária", a população palestiniana viverá em tendas, com acesso a eletricidade, água e alimentos.

A criação desta cidade é, de acordo com o governo israelita, uma urgência para garantir a proteção da população palestiniana e abordar a crise humanitária na região. Na fase inicial, o projeto deverá acolher cerca de 600 mil pessoas deslocadas da área de Al-Mawasi e de outras partes da Faixa de Gaza, com a intenção de transferir toda a população civil palestiniana para o local.

A cidade será vigiada por militares israelitas e administrada por organismos internacionais. Para entrar na zona, os palestinianos terão de passar por um controlo de segurança, garantindo que não estão ligados ao Hamas. Além disso, poderá ser imposto que a sua saída seja apenas para outros países.

O ministro Israel Katz enfatizou ainda a expectativa de que todos os palestinianos deixem o enclave “voluntariamente”, concluindo que o plano “deve ser realizado”. Contudo, esta iniciativa tem sido alvo de severas críticas, incluindo do ex-primeiro-ministro Ehud Olmert, que a descreveu como a construção de um “campo de concentração” e acusou o governo de uma estratégia de “limpeza étnica”.

“Quando se planeia um espaço onde se pretende ‘remover’ mais de metade da população de Gaza, a interpretação lógica desta estratégia é que não visa salvar os palestinianos, mas sim deportá-los,” afirmou Olmert ao The Guardian.

A oposição no país também expressou descontentamento, com o líder da oposição, Yair Lapid, a questionar a viabilidade do plano, levantando preocupações sobre o cuidado de crianças, fornecimento de alimentos e tratamento de doenças na nova cidade.

Organizações internacionais, incluindo a ONU, acusaram o governo de Netanyahu de planejar a construção de um “campo de concentração” em Gaza, gerando ainda mais controvérsias em torno da proposta.

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