Justiça nigeriana impõe penas severas a 44 financiadores do Boko Haram
Um total de 44 pessoas foram condenadas a penas que podem chegar a 30 anos por financiar atividades do Boko Haram, numa tentativa de reforçar a luta contra o terrorismo no país.

A justiça nigeriana sentenciou 44 indivíduos, ligados ao grupo extremista Boko Haram, a penas de prisão que variam entre 10 e 30 anos, todas acrescidas de trabalho forçado. A decisão foi anunciada na cidade de Kainji, onde os condenados estavam entre 54 suspeitos avaliados em tribunais civis especiais, de acordo com Abu Michael, porta-voz do Centro Antiterrorismo da Nigéria.
Após uma paralisação de sete anos, os julgamentos contra mais de mil pessoas suspeitas de envolvimento com o Boko Haram foram reiniciados esta semana. O grupo, que procura instaurar um califado desde 2009, tem sido alvo de uma intensa campanha militar que resultou em mais de 40 mil mortes e cerca de dois milhões de pessoas deslocadas, conforme relatado pelas Nações Unidas.
Com as recentes condenações, a Nigéria contabiliza atualmente 785 casos associados ao financiamento do terrorismo. Desde outubro de 2017, o país começou a realizar julgamentos em massa de membros da insurgência, com penas que variam desde a morte e prisão perpétua até longas sentenças de prisão, que podem ir de 20 a 70 anos.
As acusações incluem ataques direcionados a mulheres e crianças, destruição de locais de culto, assassinatos de civis e raptos. Recentemente, um ataque suicida no nordeste, atribuído ao Boko Haram, resultou na morte de pelo menos 20 combatentes que lutam contra o extremismo.