México impulsiona a energia estatal com a construção de 60 centrais de ciclo combinado

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou, no último sábado, a construção de 60 centrais de ciclo combinado, com o objetivo de fortalecer a Comissão Federal de Eletricidade (CFE). Durante a inauguração de uma nova central em Villa de Reyes, San Luis Potosí, Sheinbaum declarou que a meta é adicionar 26.000 megawatts à CFE até ao final do atual sexénio, que termina em 2030.

“Pretendemos construir cerca de 60 centrais como esta”, afirmou a chefe de Estado, sublinhando que, no anterior mandato, sob a liderança de López Obrador, a CFE beneficiou de investimentos e novos esquemas de financiamento que possibilitaram este avanço.

Sheinbaum recordou as reformas implementadas no governo anterior que devolveram ao Estado o controlo da produção de energia, enfatizando: “É crucial recuperar o valor das empresas públicas e os direitos do povo mexicano.” Ela destacou que, com a sua administração, foi acrescentada uma cláusula ao artigo 28º da Constituição, clarificando que a geração de energia pela CFE não é considerada um monopólio, diferente do que se buscava durante o processo de privatização.

“No passado, a CFE não tinha o financiamento necessário para competir em igualdade de condições com as empresas privadas. No entanto, a situação agora é diferente, pois a empresa pública tem prioridade”, acrescentou.

Recentemente, o governo fez um anúncio significativo sobre um investimento de 624,6 mil milhões de pesos (aproximadamente 28,5 mil milhões de dólares) com o objetivo de alcançar a autossuficiência elétrica, num ambiente de protecionismo norte-americano. Este investimento está previsto para os próximos seis anos e contempla projetos abrangendo a produção, transporte e distribuição de eletricidade.

O investimento mais robusto, que totaliza 427,6 mil milhões de pesos (cerca de 19,5 mil milhões de euros), será direcionado a projetos de produção da CFE, prevendo-se que, este ano, a entrada em operação de quatro novas centrais de ciclo combinado e sete centrais hidroelétricas aumente a capacidade em 22.674 megawatts. Além disso, abrir-se-ão concursos para a construção de quatro novas centrais de ciclo combinado, uma central de combustão interna e duas centrais solares.