O Fim das Caixas Manuais? Hyundai Sinaliza uma Mudança de Paradigma

A indústria automóvel está em constante transformação, e as caixas de velocidade automáticas estão a tornar-se a norma, enquanto as manuais começam a perder relevância. A Hyundai manifesta a opinião de que o interesse por caixas manuais está a diminuir.

A evolução tecnológica no setor automóvel trouxe soluções avançadas, como as caixas automáticas que eliminam a necessidade de intervenção manual na mudança de velocidades, melhorando a eficiência da condução. Além disso, muitos modelos oferecem agora patilhas no volante ou alavancas seletoras, permitindo ao condutor um controlo manual quando desejado.

Estas transmissões automáticas permitem que os condutores se concentrem em outros aspetos da condução, proporcionando uma experiência mais relaxante. Contudo, para os entusiastas da condução, a ausência de uma interação mais direta com a máquina pode ser uma desilusão.

Nos carros elétricos, a situação é diferente, uma vez que muitos não requerem caixas de velocidade. No entanto, a Hyundai introduziu sistemas como o N e-Shift nos novos modelos IONIQ 5 N e IONIQ 6 N, que simulam a mudança de caixa, oferecendo uma experiência mais dinâmica para os que ainda anseiam por essa sensação.

Tyrone Johnson, diretor do Centro Técnico da Hyundai Motor Europe, indicou à CAR Magazine que a popularidade das caixas manuais está a decair: "As caixas manuais e os travões de mão são cada vez menos procurados, assim como os instrumentos analógicos".

Um estudo recente da CarGurus revelou que houve uma redução de 57% na venda de carros com caixa manual no Reino Unido na última década e, se esta tendência continuar, é possível que até 2037 as transmissões manuais deixem de ser uma opção em automóveis novos.

Chris Knapman, diretor editorial da CarGurus, sublinhou que esse fenómeno é compreensível devido ao aumento na oferta de veículos elétricos e à crescente preferência por carros mais espaçados e sofisticados.

Tyrone Johnson também nota uma tendência na procura de automóveis que ofereçam conforto a todos os ocupantes, aliados a emoções e sensações que ainda atraem os condutores.

Com vasta experiência no setor automóvel, incluindo passagens pela Fórmula 1, Johnson reflete sobre a evolução contínua: "Um carro é uma comodidade, e as pessoas podem comprá-lo por diversas razões, como desempenho ou características inovadoras. Ao longo de 40 anos, observaram-se enormes transformações. [...]. Talvez em 20 anos o mercado considere essencial ter higienizadores de calçado nos automóveis".