Pequim responde a Bruxelas com sanções ao brandy europeu
A China anunciará novas taxas sobre o brandy da UE, principalmente o conhaque francês, em retaliação às tarifas impostas pela União Europeia a veículos elétricos chineses.
A partir deste sábado, o governo chinês implementará taxas 'antidumping' sobre o brandy importado da União Europeia, especialmente focando no conhaque francês. Esta decisão foi revelada pelo Ministério do Comércio chinês, após a imposição de tarifas pela UE sobre automóveis elétricos fabricados na China.
O foco dessas taxas recai sobre o grupo francês Hennessy, que enfrentará um imposto de 34,9%. Outras marcas reconhecidas, como Rémy Martin e Martell, terão taxas de 34,3% e 27,7%, respetivamente. A aplicação das taxas irá abranger brandy acondicionado em garrafas de volume inferior a 200 litros.
Este movimento ocorre justo antes da divulgação das conclusões de uma investigação 'antidumping' feita por Pequim em relação às bebidas espirituosas da Europa, que, devido a estas medidas, está a perder cerca de 50 milhões de euros mensalmente.
Durante uma visita recente à China, a presidente da Assembleia Nacional francesa, Yaël Braun-Pivet, expressou otimismo em relação a um possível levantamento das sanções num futuro próximo. A Federação Francesa dos Exportadores de Vinhos e Espirituosos revelou que as discussões sobre preços podiam resultar em aumentos entre 12% e 16%, enquanto Pequim ponderava um aumento superior a 30% nas taxas.
Desde o outono anterior, os importadores já enfrentavam a necessidade de depositar garantias nas alfândegas chinesas, uma medida que destaca as tensões comerciais em curso.
A prática de 'dumping' refere-se à venda de produtos a preços inferiores aos seus custos de produção, uma situação que motiva a aplicação de tarifas anti-dumping para proteger a indústria local.