Professores do Panamá recomeçam atividades escolares após dois meses de paralisação
Após um acordo entre o Governo do Panamá e os sindicatos, as aulas recomeçam na próxima segunda-feira, encerrando a greve contra a reforma da segurança social iniciada em abril.

Os professores do Panamá estão preparados para retornar às salas de aula na próxima segunda-feira, após um prolongado período de greve que se iniciou em 23 de abril. O entendimento alcançado na sexta-feira entre o Governo e os sindicatos de educadores marcou o fim da paralisação, que tinha como principal reivindicação a contestação da reforma da segurança social.
O acordo estabelece que os docentes voltarão ao trabalho e as aulas presenciais retomarão "de forma ininterrupta" já no início da manhã de segunda. Contudo, ao mesmo tempo, ficou acordado que "não haverá pagamento de salários pelos dias não trabalhados" durante a greve, e quaisquer processos legais sobre este assunto seguirão o devido trâmite legal.
O Ministério da Educação comprometeu-se, por sua vez, a colaborar com os diretores de escolas para agilizar a resolução dos recursos apresentados e assegurou que não tomará medidas administrativas contra os professores que participaram na greve.
O pacto foi assinado por 15 sindicatos da educação, encontrando-se ainda quatro organizações em consulta para formalizar a adesão. Edy Pinto, líder dos professores, responsabilizou o governo pela greve, destacando que a nova legislação irá agravar as condições de vida dos pensionistas no futuro.
Os sindicatos criticam a reforma, que supostamente reduz as pensões, privatiza o sistema de segurança social e aumenta a idade da reforma. O Governo, por seu lado, defende que a reforma é uma resposta à crise financeira que ameaça um dos dois subsistemas de segurança social do país, atualmente em perigo de falência.
A greve de professores e trabalhadores da construção civil emergiu em resposta a uma proposta de lei que reformula o Fundo de Segurança Social, que já há vários anos enfrenta uma grave crise financeira. Este movimento gerou protestos, incluindo bloqueios de estradas, que culminaram em confrontos entre a polícia e manifestantes, com destaque para os incidentes na província de Bocas del Toro.
Naquela região, a Chiquita Panamá, subsidiária da Chiquita Brands americana, despediu 6.500 trabalhadores, alegando perdas superiores a 75 milhões de dólares devido à greve. Embora um entendimento tenha sido firmado em junho para suspender os bloqueios de estrada, persistiram desacordos entre grupos, levando a polícia a deter um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Banana.