"PS denuncia alinhamento do Governo com a extrema-direita"

O líder da bancada do Partido Socialista, Eurico Brilhante Dias, chamou a atenção para o facto de que os portugueses já reconheceram que o PS é a verdadeira força da oposição. Em declarações à agência Lusa, antes do debate sobre o Estado da Nação, que terá lugar na próxima quinta-feira, criticou a opção do Governo de estabelecer um diálogo preferencial com a extrema-direita parlamentar, representada pelo Chega.

“Este é um diálogo profundamente negativo para o país. O PS tem estado sempre disponível para conversar e negociar em questões fundamentais como a imigração e a nacionalidade”, disse Brilhante Dias, referindo-se às recentes propostas do Governo relacionadas com alterações nas leis de nacionalidade e imigração e à criação da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras da PSP.

O deputado socialista destacou que o PS não é uma oposição qualquer, mas sim uma “oposição alternativa” ao atual bloco de direita, que, segundo ele, falha em apresentar soluções para os problemas essenciais do país, agravando a situação dos cidadãos.

“Estamos a ver um país a piorar com este Governo. Sabemos que o caminho da oposição é longo e exige paciência, especialmente quando lidamos com um Governo sem uma agenda que vise o desenvolvimento”, insistiu, sublinhando as dificuldades nas áreas da saúde e da educação.

Relativamente à saúde, apontou que há cada vez mais portugueses sem médico de família e urgências a encerram, enquanto na educação, criticou a gestão do ministério que, segundo ele, não esclareceu os números referentes à falta de professores nas escolas ao longo do ano letivo.

“Antes eram promessas fáceis na oposição, agora transformaram-se em dificuldades quando são Governo. O país está sem direção e as pessoas sentem isso”, reforçou.

Questionado sobre as prioridades do PS após a pausa parlamentar de verão, o líder da bancada socialista mencionou que o foco será nas questões de rendimento e custo de vida dos portugueses. “Essa será sempre a nossa prioridade. Acompanharemos de perto o início do novo ano letivo, mas a temática dos rendimentos é decisiva, especialmente após as férias”, concluiu.

O debate sobre o estado da nação, que será o primeiro desde a tomada de posse do XXV Governo Constitucional, contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do restante elenco governativo.