Tiroteio em Rafah resulta em 24 mortes de palestinianos

Pelo menos 24 palestinianos perderam a vida hoje devido a um violento tiroteio conduzido pelo Exército israelita próximo a um ponto de distribuição da Fundação Humanitária Americana para Gaza (GHF), situado na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, conforme relatado pela EFE.

O diretor da unidade do Ministério da Saúde do governo do Hamas, Zaher al Waheidi, informou à EFE que "o número de mortos subiu para 24" e mencionou que existem corpos ainda não identificados que estão a ser registados.

Em resposta a este incidente, o Exército israelita anunciou estar a avaliar as informações disponíveis, embora ainda não tenha emitido uma declaração oficial sobre o ocorrido.

Um representante palestiniano expressou indignação, afirmando: "Não só matam de fome as pessoas e as crianças, como também as matam quando vão buscar ajuda", referindo-se ao bloqueio prolongado de Israel que impede a entrada de alimentos, medicamentos e combustíveis em Gaza, sendo este restabelecimento limitadíssimo em maio.

O tiroteio teve lugar nas proximidades do local de distribuição no bairro de Tal al Sultán, em Rafah. Desde o início dos conflitos, aproximadamente 805 habitantes de Gaza faleceram devido a tiroteios em áreas próximas a pontos de ajuda alimentar, enquanto os feridos já ultrapassam os 5.200, de acordo com os dados do Ministério da Saúde da região.

Os centros de distribuição tornaram-se uma das escassas opções que a população de Gaza tem para obter alimentos. Apesar disso, muitos que se dirigem a esses locais saem sem nada, pois as provisões disponíveis não são suficientes, segundo reportagens da EFE.

A GHF informou ter distribuído mais de 1,2 milhões de caixas de alimentos desde que iniciou operações em Gaza a 27 de maio. Cada caixa, conforme a organização, tem capacidade para alimentar 5,5 pessoas durante três dias e meio, o que significa que, no período de um mês e meio, os recursos da GHF teriam beneficiado cerca de 218.500 pessoas de uma população de 2,1 milhões.

Verificações realizadas pela EFE em pontos de distribuição no centro de Gaza revelaram que as caixas são organizadas em paletes, permitindo que os habitantes tentem recolher os alimentos. No entanto, essa prática resulta em disputas e numa distribuição caótica e desigual dos produtos.

Adicionalmente, a GHF não opera na região norte de Gaza, que se encontra isolada. Nessa área, a população frequentemente intercepta os camiões da ONU que transportam ajuda, por vezes de forma violenta, para se apropriar das mercadorias.