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Turquia responsabiliza Israel por obstruir busca de paz na Síria

O governo turco declara que os ataques de Israel à Síria comprometem os esforços de paz do regime sírio após a queda de Bashar al-Assad.

16/07/2025 15:20
Turquia responsabiliza Israel por obstruir busca de paz na Síria

O governo da Turquia denunciou hoje os recentes ataques israelitas à Síria, afirmando que estas ações representam uma tentativa de "obstruir" os esforços das autoridades sírias para alcançar a paz. O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, em um comunicado, afirmou que os bombardeamentos, que incluíram o centro de Damasco, minam a busca por paz, estabilidade e segurança na região.

A diplomacia turca enfatizou que "o povo sírio está diante de uma oportunidade histórica para viver em harmonia e se reintegrar no cenário global", e apelou a todos os intervenientes para que ajudem o governo sírio em seus esforços para estabelecer a paz.

Essa declaração vem na sequência do ataque do exército israelita ao quartel-general do exército sírio em Damasco. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, justificou a ofensiva como uma medida para "proteger" a comunidade drusa e garantir a desmilitarização na área fronteiriça.

Na terça-feira, durante uma visita a uma base militar no Vale do Jordão, Netanyahu salientou que não permitiria que a Síria se transformasse em um "segundo Líbano".

Os ataques israelitas ocorreram após vários dias de confrontos na cidade de Sweida, situada no sul da Síria, perto da fronteira com Israel, onde conflitos entre beduínos e drusos tornaram-se frequentes. Para restaurar a ordem, as forças do regime sírio foram destacadas para a cidade, predominantemente drusa.

Segundo informações do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), a recente onda de violência resultou em pelo menos 248 mortes, incluindo 138 membros das forças de segurança, 64 combatentes drusos e 28 civis drusos, dos quais 21 foram alegadamente executados de forma sumária por forças sírias, além de 18 combatentes beduínos.

As tensões entre drusos e beduínos são evidentes há muito tempo, com episódios de violência entre esses grupos a ocorrerem ocasionalmente.

Com a queda do regime do Presidente sírio Bashar al-Assad em dezembro, crescem as preocupações quanto à situação das minorias étnicas sob o novo governo de transição, liderado pelo Presidente interino, Ahmad al-Sharaa, um ex-líder rebelde islamista.

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