Cultura

UNESCO Prioriza Preservação do Património Africano com Novas Iniciativas

Durante a 47.ª sessão do Comité do Património Mundial, a UNESCO manifesta forte apoio a África, que detém apenas 9% do património mundial, promovendo novas candidaturas de países como Guiné-Bissau e Moçambique.

há 4 horas
UNESCO Prioriza Preservação do Património Africano com Novas Iniciativas

A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, reafirmou o compromisso da organização com o continente africano na abertura da 47.ª sessão do Comité do Património Mundial, que está a decorrer em Paris. Neste evento, que vai até domingo, são avaliadas novas candidaturas para a lista de Património Mundial, com especial enfoque em países como a Guiné-Bissau e Moçambique, que buscam reconhecimento.

Azoulay sublinhou a criação de programas de formação especializada destinados a arqueólogos, arquitetos e educadores, com o objetivo de potenciar a competência de uma nova geração de profissionais africanos. A iniciativa surge num contexto em que a UNESCO se compromete a apoiar os 11 países africanos que ainda não têm nenhum sítio classificado como Património Mundial.

Na agenda, encontram-se propostas como as “águas azul-turquesa do arquipélago dos Bijagós”, na Guiné-Bissau, e o “Parque Nacional de Maputo”, em Moçambique, ambos considerados locais de excecional potencial. Além disso, as florestas de Gola Tiwai, nas Serra Leoa, e as Montanhas Mandara, nos Camarões, estão sob análise para integrarem a lista.

Lazare Eloundou Assomo, responsável pelo Centro do Património Mundial, destacou os esforços da UNESCO em relação à África desde a chegada de Azoulay em 2018, afirmando que a prioridade dada a este continente está a gerar resultados encorajadores. O orçamento destinado a África deverá alcançar 27% do total da organização até 2025, embora a percentagem de locais inscritos ainda seja considerada baixa, em comparação com o total mundial de mais de 1.200.

A UNESCO começou na década de 1990 a integrar uma maior diversidade cultural na sua lista, incluindo locais sagrados e construções tradicionais que têm um significado espiritual e social. Contudo, Audrey Azoulay e Lazare Assomo alertaram para as diversas ameaças que o património africano enfrenta, como os conflitos armados, as alterações climáticas e a exploração de recursos naturais.

Assomo mencionou que "a questão do património deve ser vista como um motor para o desenvolvimento, que muitos países almejam". Vários sítios em África encontram-se sob permanente risco devido a uma combinação de fatores, incluindo conflitos e exploração ilegal, como se observa no Parque Nacional Kahuzi-Biega, na República Democrática do Congo. A UNESCO está a atuar para fechar locais de mineração ilegal e a formar guardas ecológicos nesse parque, além de implementar medidas de proteção no Sudão.

Esta 47.ª reunião do Comité do Património Mundial é um momento crucial para reavaliar e rever o papel da África no reconhecimento do seu rico património cultural e natural.

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