Economia

Wall Street despreza ameaças de tarifas de Trump e sobe

A bolsa de Nova Iorque terminou em alta, com os investidores confiantes na possibilidade de redução das tarifas de Donald Trump sobre a UE e o México.

14/07/2025 22:30
Wall Street despreza ameaças de tarifas de Trump e sobe

A bolsa nova-iorquina registou uma subida significativa na sessão de hoje, com os investidores a manifestarem otimismo quanto a uma potencial revisão em baixa das tarifas anunciadas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump. O líder norte-americano propôs uma sobretaxa de 30% sobre os produtos importados do México e da União Europeia (UE), que deverá entrar em vigor a partir de 1 de agosto.

Na conclusão do dia, o índice Dow Jones Industrial Average subiu 0,20%, o Nasdaq, focado no setor tecnológico, avançou 0,27% e o S&P 500, mais abrangente, ganhou 0,14%. De acordo com Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities, "o mercado, em geral, minimizou" as novas ameaças tarifárias, o que explica a tendência de alta observada.

Apesar das declarações de Trump sobre um possível aumento das tarifas em resposta a retaliações, a Comissão Europeia apresentou uma lista de potenciais contramedidas que totalizam 72 mil milhões de euros, que está a ser considerada pelos 27 Estados-membros.

"Os investidores parecem acreditar que estas tarifas não serão implementadas na sua totalidade antes de 1 de agosto," sublinhou Cardillo, o que justifica a performance positiva dos índices durante a negociação. José Torres, da Interactive Brokers, reforçou que "Wall Street decidiu ignorar estas ameaças" e focar-se numa semana intensa em termos de dados económicos.

A expectativa no mercado norte-americano está centrada na divulgação dos índices de inflação ao consumidor (IPC) e ao produtor (IPP) nos próximos dias, os quais podem influenciar as decisões da Reserva Federal dos EUA (Fed).

A grande maioria dos investidores antecipam que o banco central manterá as taxas de juro inalteradas na sua reunião marcada para 30 de julho, conforme indicado pela ferramenta FedWatch da CME.

No mercado obrigacionista, o rendimento dos títulos norte-americanos a 10 anos subiu para 4,43%, refletindo uma leve alteração em relação aos 4,41% do fecho da sessão anterior.

A época de resultados do segundo trimestre inicia-se amanhã, e os investidores estarão atentos aos resultados financeiros de grandes bancos como Wells Fargo, JP Morgan e Citigroup, que fecharam em alta na sessão de hoje.

Além disso, ações de empresas ligadas ao setor das criptomoedas mostraram um desempenho forte, impulsionadas por um novo recorde histórico da Bitcoin, com a Coinbase e Robinhood a registarem aumentos nas suas avaliações.

No entanto, a distribuidora de bebidas alcoólicas Constellation Brands viu as suas ações cair 4,42% para 164,58 dólares, devido a preocupações sobre os possíveis impactos das novas tarifas nas importações de cervejas do México.

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