11 mortos em tiroteio na mina de ouro da RCA sob controlo do grupo Wagner

Um tiroteio ocorrido na noite de quarta-feira numa mina de ouro em Ndassima, na República Centro-Africana (RCA), resultou na morte de pelo menos 11 indivíduos, conforme informado por residentes locais e trabalhadores humanitários à agência de notícias Associated Press. A mina, situada a cerca de 450 quilómetros a leste de Bangui, é controlada pelo grupo russo de mercenários Wagner.

Os moradores das aldeias circundantes, como Serge Pounematchi, expressaram a sua indignação, revelando que as vítimas estavam na mina em busca de fragmentos de ouro e cascalho quando foram brutalmente alvejadas. Pounematchi, que perdeu o filho neste ataque, lamentou: "É uma pena que o direito à vida não exista."

Embora a violação dos direitos humanos e as execuções extrajudiciais sejam frequentemente associadas às ações do grupo Wagner na RCA, as autoridades ainda não emitiram declarações sobre o incidente. Até ao momento, as perguntas dos jornalistas sobre a situação permanecem sem resposta.

Testemunhas anónimas confirmaram que a maioria dos mortos eram jovens que habitavam nas aldeias próximas e que estavam em busca de recursos quando foram atacados. Alguns moradores, como Constantin Pounoukouzou, relataram que ainda existem jovens desaparecidos, destacando a falta de opções para os desempregados que recorrem a este trabalho perigoso. "Os jovens desempregados não têm outra escolha senão ir para este sítio à noite em busca de gravilha," afirmou Pounoukouzou.

O grupo Wagner, além de estar envolvido em atividades de mercenariado, também actua como guarda-costas do Presidente Faustin Archange Touadera, tendo contribuído para o seu sucesso num referendo constitucional em 2023, que pode permitir a extensão indefinida do seu mandato.