Assalto no Mar Vermelho provoca mortes de dois marinheiros
Um cargueiro com bandeira da Libéria foi atacado, resultando na morte de dois membros da tripulação. Este ataque intensifica os receios sobre a segurança na região, sob crescente tensão.
Na segunda-feira, um ataque a um cargueiro registado sob a bandeira da Libéria, o "MV Eternity", resultou na morte de dois marinheiros, conforme reportado por um representante da Libéria durante uma reunião na Organização Marítima Internacional (OMI). O incidente ocorreu a sudoeste de Hodeida, uma cidade portuária controlada pelos rebeldes huthis do Iémen.
Este ataque sucede um episódio anterior em que os huthis reivindicaram a afundação do "Magic Seas", embora a tripulação tenha conseguido ser resgatada por autoridades dos Emirados Árabes Unidos. A nova escalada de hostilidades levanta preocupações sobre a reativação das ações dos huthis contra navios comerciais na região, apesar de um acordo de cessar-fogo com os Estados Unidos estabelecido em maio.
Desde o final de 2023, os huthis têm atacado embarcações que acreditam estar ligadas a Israel e dirigiram recentemente os seus ataques também contra navios dos Estados Unidos, justificando tais atos como uma forma de apoiar os palestinianos na Faixa de Gaza, que se encontra em conflito com Israel.
A Câmara Internacional de Navegação alertou que estas ações poderiam levar armadores a evitar o Mar Vermelho, uma rota crucial que movimenta cerca de 12% do comércio marítimo mundial. Antes do anúncio da morte dos marinheiros, a agência de segurança marítima Ambrey havia indicado que dois membros da tripulação estavam feridos e dois desaparecidos, embora ainda não se saiba se as mortes reportadas estão incluídas nesses números.
O analista Mohammed Albasha, da Basha Report Risk Advisory, sugeriu que esta ofensiva pode ser uma demonstração de força por parte dos huthis, especialmente após os recentes conflitos entre o Irão e Israel, com os Estados Unidos a participarem na questão.
Como resposta às agresões dos huthis, Israel bombardeou alvos no Iémen, incluindo o porto de Hodeida. Os rebeldes confirmaram ter retaliado com lançamentos de mísseis contra Israel, refletindo a escalada do conflito na região.
A investigadora do Middle East Institute, Nadwa Dawsari, enfatizou que os ataques dos huthis não estão restritos a um apoio meramente simbólico aos palestinianos, mas também visam consolidar o seu poder e a liderança dentro do 'Eixo da Resistência', uma aliança de grupos opositores a Israel.