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Conflitos no Sul da Síria: Mais de Mil Vítimas em Uma Semana de Violência

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, já se registaram mais de mil mortos nos confrontos no sul da Síria, incluindo civis e membros das forças de segurança.

20/07/2025 11:40
Conflitos no Sul da Síria: Mais de Mil Vítimas em Uma Semana de Violência

Mais de mil pessoas perderam a vida em violentos confrontos intercomunitários no sul da Síria na última semana, conforme revelado por um novo relatório do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). Desde o passado domingo, contabiliza-se entre as vítimas 336 combatentes drusos e 298 civis drusos, dos quais 194 foram alegadamente "sumariamente executados" por membros das forças governamentais.

Adiciona-se a este saldo alarmante a morte de 342 elementos das forças de segurança do governo e 21 beduínos, incluindo três civis que, segundo a mesma organização, foram também vítimas de execuções por parte dos combatentes drusos.

Ainda segundo o OSDH, 15 membros das forças governamentais morreram em ataques israelitas, acentuando a complexidade da situação na região.

O balanço anterior da instituição reportava mais de 900 mortos desde o início dos confrontos. Entretanto, as autoridades sírias anunciaram hoje o fim dos combates na cidade de Sweida, predominantemente drusa, após uma semana de intensa violência intercomunitária. O porta-voz do Ministério do Interior, Noureddine Al-Baba, comunicou que "Sweida foi evacuada de todos os combatentes tribais e os combates nos bairros cessaram".

Os conflitos, que começaram a 13 de julho, resultaram na deslocação de cerca de 87 mil pessoas, conforme indicado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). No sábado, o governo sírio decretou um cessar-fogo na província de Sweida e começou a implementar medidas para restaurar a ordem.

O governo do Presidente interino Ahmad al-Charaa já havia enviado tropas para a região na terça-feira, apenas para recuar depois de um ataque israelita que teve como alvo vários pontos do governo em Damasco, alegando a proteção da comunidade drusa.

Por sua vez, foi concluído um acordo de cessar-fogo entre a Síria e Israel, mediado pelos Estados Unidos. Contudo, no sábado, imagens da agência de notícias AFP mostravam, num bairro da cidade, combatentes tribais disparando armas automáticas, evidenciando que a tensão persiste.

A comunidade drusa, uma minoria religiosa na Síria, preserva crenças que têm semelhanças com o judaísmo e o cristianismo, coexistindo com hábitos culturais árabes. Estima-se que mais de metade dos aproximadamente um milhão de drusos do mundo viva na Síria, enquanto muitos outros residem no Líbano e em Israel, incluindo nos Montes Golã, um território que Israel ocupou durante a guerra do Médio Oriente de 1967 e anexou em 1981.

Com a queda do regime do presidente sírio Bashar al-Assad em dezembro, aumentaram as preocupações sobre o futuro das minorias étnicas sob o novo governo interino liderado por Ahmad al-Charaa, um antigo líder rebelde islamita.

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