Economia

Fitch mantém classificação de Moçambique em CCC com perspectivas económicas sombrias

A Fitch manteve o 'rating' de Moçambique em CCC, mas revisou para baixo as previsões económicas, prevendo um crescimento de apenas 2,5% em 2025 devido à violência pós-eleitoral.

há 3 horas
Fitch mantém classificação de Moçambique em CCC com perspectivas económicas sombrias

A agência de notação financeira Fitch confirmou o 'rating' de Moçambique em CCC, a classificação que se encontra apenas um nível acima do incumprimento financeiro. Contudo, a Fitch ajustou negativamente as suas previsões económicas, antecipando um crescimento marginal de apenas 2,5% para o ano de 2025.

Na sua mais recente análise, datada de 1 de agosto e citada pela Lusa, a Fitch salienta que o crescimento económico deve atingir 3,4% em 2026 e 4% em 2027. Esta previsão está intimamente ligada à expectativa de retoma da construção do megaprojeto de Gás Natural Liquefeito (GNL) da TotalEnergies, avaliado em 20 mil milhões de dólares, na Área 1 da Bacia do Rovuma, que se encontra suspenso desde 2021 devido a ataques terroristas. A Fitch acredita que os trabalhos poderiam ser retomados no quarto trimestre de 2025.

A agência observa que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deverá abrandar para 2,2% em 2024, uma descida acentuada face aos 5,5% esperados para 2023, o que reflete os efeitos disruptivos da violência pós-eleitoral na economia no final do presente ano. As previsões indicam que o crescimento só deverá ter uma leve recuperação em 2025, numa altura em que a escassez de divisas afeta as atividades empresariais.

A Fitch considera que os constrangimentos financeiros, somados ao elevado risco no serviço da dívida interna e ao acréscimo do défice orçamental, são fatores críticos para a classificação de Moçambique. Também a instabilidade política e social, juntamente com incertezas quanto às reservas em moeda externa, têm impacto direto nas perspetivas económicas.

A avaliação agora divulgada destaca o aumento do défice orçamental para 4,9% do PIB em 2024, em comparação com os 2,1% de 2023. Este crescimento no défice resulta principalmente da redução dos subsídios e dos efeitos da violência pós-eleitoral na arrecadação de receitas. Para 2025, espera-se uma diminuição do défice para 3,4% do PIB, com uma ligeira subida para 3,6% em 2026, atribuída principalmente à diminuição das despesas.

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